Jornal Oeste

A direção da Cadeia Pública de informou na manhã de hoje que, ao contrário do que a PM informou, os presos que fugiram ao meio dia do último sábado,12, começaram a cavar o tunel após as 18 horas do dia anterior, e não na quarta-feira. "As reportagens que sairam diziam que um policial militar afirmou ter visto um preso jogando terra pela janela (grade) do banheiro do bloco B. Mas fizemos revista na quinta-feira e teve aulas na quinta e na sexta-feira. E o túnel começou justamente na sala de aula do bloco B. Eles agiram rápido: começaram após o "confere", que é a contagem de presos feita diariamente, após as 16 horas, e fugiram antes da contagem do dia seguinte"-explicou o chefe de disciplina da Cadeia Pública, o agente prisional Alexandre Mendes Vieira. "Eu pessoalmente participei da revista. Não havia indícios de túnel". Os 14 presos que sairam fugiram do Bloco 2, alas A e C, de onde , ao meio dia,aproveitando a hora do almoço dos policiais e quando apenas uma das quatro guaritas de vigilância tinha um PM a postos. Nas duas alas do bloco havia 78 detentos. Apenas dois foram recapturados. Pouco antes da fuga, a polícia viu um veículo VW Golf cor prata passar várias vezes pelas proximidades. Os detentos fugiram por um túnel de aproximadamente 8 metros de comprimento com 80 cm de circunferência, que saiu em baixo de um pé de goiaba e a poucos metros do muro que dá acesso à rua. A ação foi rápida. Tanto a Polícia Militar quanto a Civil continuam procurando os fugitivos que, segundo informações, teriam se dirigido em direção a Fazenda Rancho Verde, na BR 070, que liça Cáceres a Cuiabá. Logo após a fuga, nenhum dos agentes prisionais quis dar entrevista. Um deles se limitou a dizer que a contagem de presos é feita todos os dias após as 16 horas. Também foi informado que o diretor da unidade estava em Cuiabá, onde mora, e só voltaria após o feriado. Somente neste ano, ocorreram 3 fugas e duas tentativas de fuga na Cadeia Pública de Cáceres. Mais de 50 presos fugiram. A população carcerária atualmente é de 341 reeducandos. Na saída do túnel, os fugitivos deixaram as roupas sujas de terra. Eles fogem usando duas roupas, deixando as de cima para chegarem às ruas com roupas limpas. Segundo a direção, os presos fugitivos, também chamados de “tatus”, agem rápido. “A chuva de sexta-feira favoreceu e deixou a terra fofa. Eles só não fugiram de madrugada porque não tinham terminado de escavar o túnel, então aproveitaram a hora almoço. Alguém do lado de fora deveria estar dando as coordenadas via celular”. A PM, por sua vez, alega que faz o que pode com o efetivo que tem. Das quatro guaritas (torres) de vigilância, apenas duas são ocupadas de forma permanente. Os policiais se revezam na função. Na hora da fuga, só um estava vigiando, enquanto o colega almoçava.