Jornal Oeste

Terra O projeto de lei proibindo a venda de salgadinhos, bolachas recheadas, refrigerantes e doces nas cantinas de escolas não foi aprovado pelo Governo do Estado de São Paulo, mas um grupo de especialistas insiste na importância da medida. O Grupo de Trabalho de Alimentação e Nutrição em Saúde Coletiva da Abrasco (Associação Brasileira de Pós-graduação em Saúde Coletiva) acaba de enviar cartas à Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e ao governador do Estado, discordando do veto e mostrando por que é importante criar medidas como essa. O grupo, formado por cientistas e pesquisadores da área de nutrição de todo o país, considera que esse tipo de lei pode ajudar a reverter o aumento da obesidade em crianças e adolescentes, que vem aumentando rapidamente nas últimas décadas. A obesidade infantil está fortemente ligada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes. Segundo Patrícia Jaime, professora do departamento de nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP, a obesidade infantil está crescendo no Brasil. ?Dados recentes mostram que situações de excesso de peso em relação à altura foram encontradas em 7% das crianças brasileiras menores de cinco anos. Já na faixa etária de 6 a 18 anos, dados da Pesquisa sobre Padrões de Vida sinalizam um aumento de 4,1% para 13,9% no sobrepeso e na obesidade?, diz a professora. Para Patrícia Jaime, além da família, o ambiente escolar contribui de forma sistemática para a adoção de práticas alimentares consideradas não saudáveis para crianças.