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16/06/2009 - 00:00

PP inicia processo de afastamento da base de Maggi

Por Jornal Oeste

Luiz Acosta MIDIANEWS As principais lideranças do Partido Progressista (PP) se reuniram, na manhã desta terça-feira (16), com o governador Blairo Maggi, no Palácio Paiaguás, para comunicar oficialmente o resultado da reunião ampliada que a sigla realizou na segunda-feira (15), bem como as decisões que foram tomadas com relação ao pleito de 2010. A reunião começou às 7h30 e durou aproximadamente 30 minutos. De acordo com o deputado federal Pedro Henry, que falou em nome do partido aos jornalistas, os líderes progressistas reafirmaram ao governador o compromisso com a governabilidade do Estado. "Nós vamos continuar apoiando e ajudando o Governo, até porque ajudamos a construir tudo isso desde o primeiro mandato. E a nossa decisão, de natureza política, não tem nada a ver com a parte administrativa", disse Henry. O parlamentar observou, porém, que, a partir do momento em que o governador anunciou que não é mais candidato a nenhum cargo em 2010, o PP se sentiu completamente liberado de qualquer compromisso eleitoral no ano que vem. "Nós vamos construir uma alternativa de poder à sucessão dele (Maggi) junto com a sociedade. Então, a partir de agora, o PP vai começar a discutir com os segmentos sociais as alternativas para um projeto político. Comunicamos isso ao governador, ele concordou e disse que o PP tem que procurar seu caminho e cada um (cada partido do arco de aliança) deve maturar o seu projeto. Do seu lado, ele garantiu que vai fazer o esforço que for possível para manter a base unida", revelou Henry. A manutenção da unidade na base governista, de acordo com o deputado federal, em que pese todo o esforço do governador, não compete apenas a ele, mas, principalmente, aos partidos políticos. "O processo está só começando, nós não temos nenhuma questão de natureza pessoal contra ninguém e vamos pra rua, discutir com a sociedade. Não vamos fazer da forma como o processo vem sendo conduzido, discutindo questões macro dentro de gabinetes", afirmou. Pesquisas A decisão do PP de tomar um rumo diferente na construção de uma nova proposta de Governo foi embasada em pesquisas de consumo interno, que mostraram a necessidade de ampliar a participação popular nos debates políticos. A última pesquisa realizada, e que abrangeu diversos municípios em todas as regiões de Mato Grosso, teve nove mil amostras e a maioria apontou para esse caminho. "O que a gente está sentindo é que não há um delineamento marcante, ou nenhuma pré-intenção dos outros partidos em torno da participação da sociedade, na formatação de um novo projeto. Então, nós (o PP) vamos construir isso. A estrutura política que o PP tem hoje em Mato Grosso, pelo seu histórico eleitoral, número de prefeitos e vereadores, além da performance e representatividade, nos autoriza a discutir não só novos projetos como também a postulação de um projeto majoritário (lançamento de candidatura ao Governo) dentro do partido", explicou Pedro Henry. A partir da próxima semana, o Partido Progressista vai começar a realizar uma série de encontros regionais e "microrregionais", para discutir com as bases eleitorais a formulação de uma chapa proporcional e majoritária para as próximas eleições. José Riva Com relação ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva, que está praticamente sendo "empurrado" para a disputa do Governo do Estado por prefeitos, vereadores e outras lideranças do interior - mas que enfrenta problemas jurídicos que podem prejudicar uma incursão desse nível, principalmente na Grande Cuiabá e Baixada Cuiabana, maior colégio eleitoral do Estado -, Pedro Henry acredita que não haverá problema. "Pelo trabalho que o deputado Riva executa hoje na Assembleia Legislativa e pela performance eleitoral dele nas últimas eleições, está credenciado a disputar qualquer cargo eletivo, proporcional ou majoritário. Não tenho dúvida disso", observou Henry. Capacidade de articulação e de convencimento político são os dois pontos mais destacados por Pedro Henry em relação a Riva. "A última eleição para presidente da Assembléia, quando ele conseguiu unanimidade, mostra isso. É um handicap que qualquer candidato gostaria de ter. Além disso, o trânsito que possui nas diversas facções políticas o coloca numa posição extremamente privilegiada. Agora, obviamente, o desenvolvimento de uma campanha eleitoral vai exigir uma dinâmica, uma forma de condução, na qual quem for mais capaz vai conseguir se estabelecer", afirmou. Além disso, segundo Henry, as últimas pesquisas encomendadas pelo partido não colocam o deputado Riva, como candidato a governador, com o maior índice de rejeição no Estado. "Pelo contrário, é o menor do que os dos outros que estão aí colocados. No entanto, isso não significa, necessariamente, que o partido vai chegar lá na frente e apresentá-lo como candidato a governador. Isso nós ainda vamos discutir com a sociedade. Não vamos fazer como os demais estão fazendo: empurrar para a sociedade uma coisa (chapa majoritária), sem antes conversar com ela, saber se é isso realmente que representa o anseio da maioria", completou Pedro Henry.
 
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