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28/06/2011 - 19:26

Unemat assina protocolo para adotar tecnologia indiana que proporciona cidadania no campo

Por Assessoria

Membros das classes política e empresarial assinaram um convênio de cooperação com três universidades brasileiras para a aplicação de uma nova tecnologia indiana em solo brasileiro, nesta segunda, 27, na Assembléia Legislativa de Santa Catarina. Este sistema se materializa através de um kit que contém uma antena para a capitação dos sinais GSM, para telefones celulares, e Wi-Fi, para dados em banda larga, alimentados por um painel de energia solar. Além de ter uma simples instalação e manutenção, o kit destinado a zonas rurais tem um custo muito inferior ao sistema tradicional bem como sua mensalidade por usuário. Agora esta mesma comitiva viaja até Brasília para a apresentação na Câmara e Senado. Esta articulação foi iniciada pelo deputado Jaílson Lima (PT) e o reitor da Unisul, prof. Ailton Soares. A Unisul esteve na Índia em maio, através do professor Rafael Faraco, e percebeu a possibilidade de uma grande parceria. No Brasil, uniram-se à Unisul e à indiana VNL o Ministério da Pesca, as universidades estaduais de Goiás e Mato Grosso (Unemat), além de empresários brasileiros e as prefeituras de Palhoça e Águas Mornas. A empresa indiana VNL esteve representada pelo seu fundador e presidente Rajiv Mehrotra. Ele é considerado um dos pioneiros mundiais no desenvolvimento de tecnologias de inclusão tendo atuação significativa em todas as edições do Fórum Econômico Mundial. A rede GSM foi redesenhada pela VNL e chegou ao mercado como alternativa para áreas remotas. “O que discutimos hoje aqui com as universidades e governos foi como dar o ponta pé inicial na economia do conhecimento. A economia no Brasil é praticamente baseada na agricultura, recursos minerais, óleo e gás. E como se move de uma economia do século vinte para a economia do século vinte e um”? Questiona o indiano. A intenção é que as populações de áreas onde as empresas de telefonia não têm interesse de investir tenham acesso a telefonia celular e internet de alta velocidade mesmo que elas não possuam energia elétrica. “Telecomunicação e banda larga são as palavras de ordem neste momento no nosso governo federal para o desenvolvimento da economia”, afirma o deputado Jaílson Lima. “Nós temos um Estado que economicamente é extremamente importante. Tem uma economia arrojada e temos um povo que não esta linkado através de um sistema de banda larga. Ontem (26/06) estivemos no município de Águas Mornas, onde tem uma escola com um centro de computadores. Na frente passa um cabo de fibra ótica e lá não tem telefonia móvel e nem fixa e também não tem internet. Esta é a prova de que as pessoas pensam separadamente. Não pensam em conjunto enquanto os burocratas ainda não observaram que as comunicações são um pilar importante do desenvolvimento econômico, da inclusão digital e do desenvolvimento social”, analisa. O deputado federal, também do PT, Pedro Uczai participou da solenidade e estuda as questões ligadas à sustentabilidade. “Parabéns pela ousadia, pela serenidade nas decisões e é assim que eu acredito no futuro das nossas universidades comunitárias, pensando grande. Pensando longe. Vista longa com passo curto. Vai para a Índia e dá o primeiro passo. Logo depois se transforma em novos passos e iniciativas. Este termo assinado hoje é outro passo”. Os compromissos deste grupo de pensadores teve início na segunda-feira (27/06) pela manhã, na unidade universitária Padre Roma, no centro de Florianópolis. Neste primeiro momento cada um dos parceiros realizou sua apresentação. O pró-reitor de pesquisa, pós-graduação e inovação da Unisul, prof. Mauri Heerdt, apresentou a universidade e suas potencialidades. Em seguida, o reitor da Universidade do Estado de Mato Grosso, Adriano Silva, apresentou sua instituição. “O que nós queremos é levar este conhecimento para o interior do Estado do Mato Grosso e ajudar no desenvolvimento e que possamos em breve estender este benefício ao nosso país”. O pró-reitor da Universidade Estadual de Goiás, prof. Harlem dos Santos diz que seu Estado é do interior com uma grande produção agrícola e de pecuária e precisa levar informação aos operadores destas atividades. “O desenvolvimento se faz através do conhecimento, da qualificação, da veiculação da informação para as pessoas que tiram o leite da vaca, que jogam a semente no chão. Precisamos entender que a chegada da informação, do conhecimento, da cultura é fator de fixação do homem no campo”, afirma Harlem. Ao meio dia o grupo foi recebido pelo governador do Estado de Santa Catarina, Raimundo Colombo, e a partir das 14h a solenidade de assinatura do protocolo teve início na Assembléia Legislativa de Santa Catarina. “Este momento de assinatura de protocolo vem selar todo o caminho que já percorremos até agora com o intuito de trazer a tecnologia VNL Shyan para o Brasil. Nós temos dois projetos piloto em vista. Um na região de Águas Mornas e outro em Palhoça. Eles têm o objetivo de mostrar o funcionamento desta tecnologia e servir de vitrine para todo o Brasil”, explica o professor da Unisul Rafael Faraco. Para o reitor da Unisul, prof. Ailton Soares além de prestar este serviço para comunidades isoladas este projeto é de alta relevância. “Porque desenvolvemos um trabalho acadêmico envolvendo os nossos mestres e doutores através da Agetec (Agência de Tecnologia da Unisul)”. O senhor Rajiv Mehrotra ainda destaca que é importante que a Unisul envie entre 20 e 30 estudantes por semestre para estudar na VNL na Índia. “É importante que eles aprendam a desenhar este sistema. Não apenas como escrever, mas como projetar este conhecimento do sistema. Isto é o que realmente queremos compartilhar. Isto é muito mais que transferência de tecnologia. Porque na transferência de tecnologia você diz, faça assim, e não o porquê de fazer assim. Nós almejamos a cooperação entre o Brasil e a Índia e este é o primeiro passo nesta direção”, finaliza. Para o prefeito de Palhoça, Ronério Heiderscheidt, esta é a forma mais inteligente de qualificar e capacitar os jovens do município. “Eu diria que quem sabe através de um remédio indiano poderemos curar nossas dores chinesas”. Entre os empresários brasileiros interessados em participar deste processo esteve o senhor Gil Vicente da Gama, da BRTInvest Holding. “Essa tecnologia vai facilitar e muito a parte de acessibilidade, ou seja, dar acesso a pessoas que hoje estão fora do mercado de tecnologia. Por exemplo, pequenas comunidades de agricultores podem ter uma Home Page e a partir dela anunciar seus produtos um pouco mais baixo do que no mercado convencional”, diz. A média do preço de instalação de uma antena de telefonia convencional é de 100 mil dólares e tem o custo médio de 30 dólares por usuário mês. Na África e sudeste da Ásia, onde esta tecnologia já foi implantada, as cifras são de 15 mil dólares para a instalação da antena. Ela pode ser feita em seis horas por dois moradores da própria comunidade apenas com o manual de instruções. O valor mensal é de dois dólares por mês para cada usuário.
 
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