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19/06/2011 - 11:30

Rebaixamento da rede de energia do centro de Cáceres está no PAC das Cidades Históricas

Por Diário de Cuiabá

Com meta de investimentos na ordem de R$ 250 milhões anuais, o PAC Cidades Históricas é um pacote de ações lançadas pelo governo federal a fim de revitalizar as cidades mais antigas do país e preservar o patrimônio histórico que elas guardam. Dos 173 municípios contemplados com essas ações, Mato Grosso está representado por Cuiabá, Cáceres e Vila Bela da Santíssima Trindade. As cidades passaram por processos de diagnósticos de suas principais demandas referentes ao patrimônio histórico. Estes diagnósticos serviram para o governo organizar suas prioridades de ações em cada cidade. No caso de Cuiabá, Cláudio Conti, superintendente do Iphan, informa que o rebaixamento da rede de energia e telefonia na área urbana tombada foi classificada como a prioridade número um do PAC Cidades Históricas. Em Cáceres, há proposta semelhante de rebaixamento da rede, mas a ação prioritária para o governo é a restauração do prédio do antigo governo municipal e adequação do local em biblioteca. Já em Vila Bela, a primeira meta é a restauração do antigo palácio dos Capitães Generais, o atual Museu de História e Arqueologia Joaquim Marcelo Profeta da Cruz. Não há previsão de rebaixamento da rede elétrica e telefônica no município, pelo menos por meio do PAC Cidades Históricas. Cuiabá Em até 60 dias Cuiabá deve dar o primeiro passo para que finalmente saia do papel a ideia de rebaixar para a parte subterrânea as redes elétrica e telefônica da região tombada no Centro Histórico da cidade. Este é o prazo estipulado pela Cemat para a conclusão de um projeto básico, necessário para a confecção de um projeto executivo e orçar obras em cerca de 10 Km no coração da Capital, segundo cálculos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O rebaixamento da fiação elétrica e telefônica tem sido utilizado para valorizar aspectos arquitetônicos de áreas tombadas por seu valor histórico Brasil afora, como já foi feito em Angra dos Reis(RJ), Cidade de Goiás (GO), Pirenópolis (GO), cidades históricas do interior de Minas Gerais como Nova Lima, litoral paulista, Brasília (DF) e outras. A grosso modo, saem os postes de energia, as fiações e as caixas das calçadas; fica tudo embutido embaixo da rua, visando o menor impacto visual possível. Na capital mato-grossense, o cidadão pode imaginar a limpeza que a rede rebaixada promoveria na região das antigas “rua de cima, rua do meio e rua de baixo”. Esta área tombada engloba os poucos locais onde a arquitetura histórica se mantém razoavelmente preservada, como a praça da Mandioca (suposto nascedouro da cidade), o entorno da Igreja Senhor dos Passos, da Igreja do Rosário, a Academia Mato-grossense de Letras, trechos das avenidas Getúlio Vargas, Barão de Melgaço, e as ruas 7 de Setembro, Galdino Pimentel, 27 de Dezembro, Voluntários da Pátria, Cândido Mariano, Campo Grande, 12 de Outubro, rua dos Bandeirantes e Ricardo Franco. É basicamente esta região que passará pelo rebaixamento da rede de distribuição, que é parte das ações previstas no PAC - Cidades Históricas (ver matéria), mas o projeto básico será bancado pela Cemat, por conta de parcerias feitas este ano com o Iphan e com a Secretaria Estadual de Turismo (Sedtur). Superintendente do Iphan em Mato Grosso, Cláudio Conti explica que o rebaixamento da rede de distribuição ajudará a preservar a estética do Centro Histórico de Cuiabá, preocupação que também foi demonstrada recentemente pelo poder público com a aprovação da lei Cidade Limpa. Ele destaca que a intenção de aplicar a ideia em Cuiabá não é recente, mas a parceria com Cemat agiliza o processo pelo menos referente à primeira parte, que é a confecção do projeto básico e a quantificação de quanto o poder público precisará gastar depois para um projeto executivo e, por fim, para as obras. Além da valorização estética, o Iphan pretende rebaixar a rede de distribuição visando mais segurança aos usuários, compatibilidade com posteriores planos de mobilidade urbana e de adequação das vias públicas, compatibilidade com aparelhos de iluminação mais adequados para determinados conjuntos arquitetônicos históricos e maior dificuldade para ligações clandestinas, os chamados “gatos”. O engenheiro eletricista e assessor da diretoria da Cemat, José Antônio Bariani de Arruda, afirma que deve começar a receber nas próximas semanas respostas das empresas sondadas para confeccionarem o projeto básico. Ele espera que o serviço seja concluído em menos de 60 dias. O engenheiro esclarece que se trata de um investimento alto, mas que em longo prazo acaba exigindo menos manutenção. De fato, é um sistema também menos vulnerável à ação clandestina, mas ele alerta que a criatividade de quem pretende burlar as redes hoje em dia vai além do que se pensa. AMPLIAÇÃO – Mesmo diante das vantagens da rede subterrânea, o engenheiro informa que não faz parte dos planos da Cemat, por enquanto, estender a implantação do sistema para além das áreas tombadas como patrimônio histórico ou com algum interesse estético. Ele explica que o alto custo certamente acabaria sendo repassado na tarifa para o consumidor. Por outro lado, Bariani afirma que outros tipos de equipamentos, ainda aéreos, mas tão eficientes quanto, têm sido implantados na cidade – como os cabos multiplexados.
 
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