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13/06/2009 - 00:00

Trotes violentos vão virar caso de polícia no Estado

Por Jornal Oeste

Da Reportagem Foi aprovado esta semana, em primeira votação pela Assembléia Legislativa, o projeto de lei que prevê a abertura de processos civil e criminal contra estudantes universitários que praticarem trotes violentos em calouros. O projeto de lei ainda deverá passar pelo crivo do chefe do Executivo, o governador Blairo Maggi. O objetivo, conforme o autor da lei, deputado estadual Wagner Ramos (PR), é proibir o trote que ofenda a integridade física, moral e psicológica dos novos acadêmicos. As regras são estendidas às instituições de ensino superior e universidades que não tomarem medidas proibitivas para conter os abusos praticados pelos veteranos. De acordo com a lei, compete à direção das instituições aplicar penalidades administrativas aos universitários, incluindo a expulsão do aluno do curso em que estiver matriculado. Para o pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Fabrício Carvalho, a lei acompanha um contexto nacional em relação aos trotes universitários. “Acho que é uma medida muito importante e sensata”, disse. De acordo com ele, a UFMT já cumpre a resolução nº 18/2005, do Conselho Universitário (Consumi), que prega a proibição de qualquer tipo de trote violento dentro de toda área do campus. “Notamos que a incidência dessa prática caiu bastante, principalmente após alguns episódios ocorridos em São Paulo e interior, em que houve morte e lesões graves em alguns estudantes daquele estado”, afirmou. Conforme Carvalho, o movimento na UFMT segue no sentido da extinção dos trotes violentos. “Qualquer tipo de violência praticada dentro do campus é acompanhada, apurada e, se necessário, penalizada”, destacou, afirmando que desde que assumiu a pró-reitoria da universidade, em novembro de 2008, nenhum caso foi registrado. O estudante Sandoval Vieira Silva Junior, do 2º ano do curso de História da UFMT, disse que a ideia é importante. Coordenador financeiro do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Sandoval acredita que a tendência é reduzir o grau de violência física, moral e psicológica, mas não acabar. “Não adianta, quem passa pelo trote quer ‘dar’ também. Sempre será assim”. Entretanto, afirmou o acadêmico, os veteranos tem tido uma mudança no comportamento e praticado trotes menos violentos. “Hoje, o pessoal tem feito mais trote solidário com campanhas de doações de alimentos, sangue e gincanas. Acho que essa lei vai contribuir para essa mudança”, disse. Procurada pela reportagem, a Universidade de Cuiabá (Unic) informou, por meio da assessoria de imprensa, que a instituição também possui regras que proíbem a prática do trote violento, aplicando, inclusive, sanções aos alunos pegos cometendo esse tipo de ato. (DC)
 
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