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12/06/2009 - 00:00

Autoridades e representantes de entidades defendem implantação do toque de recolher em Cáceres

Por Jornal Oeste

Sinézio Alcântara A iniciativa do juiz da Vara da Infância e Juventude, Luiz Octávio Sabóia Ribeiro, em estudar a possibilidade de baixar portaria decretando o “toque de recolher” para menores, em área de risco, desacompanhados de pais ou responsáveis, a partir das 23h, como forma de conter o avanço da violência com envolvimento de adolescentes, conta com apoio da maioria das autoridades, membros de entidades e clubes de serviços. Representantes da prefeitura, Câmara Municipal, ACEC, Rotary, CDL e FLEC defendem a implantação, imediata, da medida. “Toda ação vise oferecer segurança e tranqüilidade aos munícipes tem o apoio incondicional da nossa administração. A defesa e proteção de nossas crianças é uma das nossas prioridades. A justiça tem o nosso apoio nessa importante decisão”, enfatiza o prefeito em exercício Wilson Kishi. “Vamos chamar as entidades envolvidas, expor a nossa preocupação e hipotecar apoio a essa iniciativa. Não podemos ficar de braços cruzados. Os números da violência com envolvimento de crianças e adolescentes são cada vez mais preocupantes em Cáceres”, assinala o vereador Celso Fanaia, o Tetinho. “Somos conscientes de que, certamente, a medida não irá agradar alguns segmentos. Mas, temos que analisar sob o aspecto da segurança dos nossos filhos, dos nossos jovens que estão se perdendo. Essa decisão já deveria ter sido colocada em prática”, observa o vereador Josias Modesto. Presidente do Conselho Diretor do Rotary Clube de Cáceres, Alvasir Alencar frisa que “a Justiça está agindo de maneira oportuna diante do quadro preocupante da violência envolvendo menores e adolescentes em Cáceres. Essa é uma medida importante e que deve ser colocada em prática”. “Alguém tem que discutir sobre isso. Principalmente, diante da situação quase que incontrolável da violência com participação de menores em nossa cidade”, ressalta o vereador petista Alonso Batista, membro do Fórum de Luta de Entidades de Classe (FLEC). “Pode reduzir a venda no comércio. Mas, por outro lado, deve proporcionar maior segurança à população e aos próprios jovens, que na maioria das vezes, são usados ou induzidos ao erro. Somos favoráveis a implantação da medida, desde que haja uma fiscalização séria para não penalizar apenas os mais humildes”, opina o empresário Faustino Natal, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Cáceres. “Somos totalmente favoráveis. A proposta do juiz é excelente. Em Fernandópolis (SP) onde foi implantado o toque de recolher a situação mudou da água para o vinho”, observou o empresário Jorge Amedi, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Cáceres (ACEC) lembrando que “essa medida protege não apenas a população, mas, principalmente, os menores que, na maioria das vezes, também são vítimas”. Dos consultados, apenas dois se posicionaram contra a adoção da medida: o advogado Paulo Cesar Ferreira da Cunha presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/Cáceres e o professor universitário Acir Montecchi. No entendimento do presidente da OAB “o toque de recolher é uma medida extremamente radical. Ao invés de baixar uma portaria autoritária devemos buscar outros caminhos, como por exemplo, viabilizar projetos sociais que venham dar suporte as famílias. Proporcionar emprego aos nossos jovens. Temos é que responsabilizar o Estado por essa avalanche de violência”. Para o professor Acir Montecchi a violência ingressa nas famílias e nos jovens, principalmente, de todas as formas, não especificamente, por ele estar na rua às altas horas. “Ora se os pais não souberem dosar a situação, a violência ingressa na vida das crianças até no seio da própria família. Pela internet, pela televisão e assim por diante. Não sei se resolve baixar toque de recolher”, finaliza aconselhando para que a família acompanhe a vida social dos filhos. Dessa forma, segundo ele, muita coisa será evitada.
 
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