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30/05/2011 - 07:48

Serys é suspensa por 1 ano; punidos, Vera e Lúdio não podem disputar

Por Patrícia Sanches e Romilson Dourado

Vera Araújo, secretária-adjunta de Estado de Justiça e Direitos Humanos, é a primeira a ser punida pelo diretório regional do PT, que começou a reunião às 13h deste domingo, sem previsão para terminar. Por um placar de 25 a 20, os membros da Regional aprovaram o relatório da Commissão de Ética pela suspensão da filiação da ex-deputada por 3 meses e ainda advertência. Isso traz sérias implicâncias à vida partidária de Verinha. Ela não poderá, por exemplo, ser candidata em 3 de outubro do próximo ano. É que a lista de filiados, conforme determina a legislação, precisa ser apresentada à Justiça Eleitoral até setembro, ou seja, um ano antes do pleito. Sendo assim, não poderá constar o nome de Verinha. Mesmo que ela recorra à direção nacional e consiga êxito, não haverá efeito suspensivo. A votação do processo de Verinha foi marcada por bate-boca. O clima é tenso entre os petistas, tanto em relação aos quase 50 membros do diretório estadual que estão reunidos no salão do hotel Paiaguás, à avenida do CPA, em Cuiabá, quanto dos grupos que aguardam o resultado do lado de fora. O deputado federal Ságuas Moraes, presidente da legenda, é quem conduz a reunião. Verinha foi punida por infidelidade partidária. Ela não apoiou o ex-deputado federal Carlos Abicalil para senador. Em sua defesa, alegou que não recebeu material da campanha do colega para imprimí-lo na gráfica junto com o seu de candidata à deputada estadual. Essa explicação não foi suficiente para convencer nem a comissão de Ética, que apresentou relatório pela suspensão do partido por 3 meses e mais advertência, e nem a maioria dos membros do diretório que mantive a decisão. Vince e cinco votaram pela manutenção do relatório e, 20, pela absolvição. Tanto Abicalil quanto Verinha foram derrotados nas eleições de 2010. Mesmo assim, conseguiram empregos. Hoje, ele ocupa cargo no Ministério da Educação, em Brasília. Verinha se tornou adjunda da Educação do governo Silval Barbosa. O diretório vai votar mais três processos neste domingo. O próximo agora envolve Eroísa de Mello, que faz parte do próprio diretório regional. Ela responde também por infidelidade à candidatura Abicalil. A comissão pediu que ela seja punida com advertência. Dos quatro acionados, Eroísa é quem deve receber a "pena mais branda". Depois, entram os processos sobre o vereador cuiabano Lúdio Cabral, cujo relatório pede suspensão de 6 meses e advertência, e a ex-senadora Serys Marly, com pedido de expulsão já aprovado pela comissão de Ética. (Às 19h15) - Vereador por Barão de Melgaço ligado a Alexandre é absolvido A corrente petista ligada ao grupo de Carlos Abicalil, Alexandre Cesar e Ságuas Moraes detém mesmo maioria no diretório. Antes dos membros apreciarem o relatório que pedia punição à Verinha neste domingo, entrou em pauta o processo que também defendia sanção ao vereador por Barão de Melgaço Carlos Brandão. Ele foi acusado de ignorar a orientação do PT e se recusou a votar num colega na eleição da Mesa Diretora. Pesava contra Brandão acusação de infidelidade partidária. Mesmo assim, o parlamentar foi absolvido. O diretório arquivou seu processo, sob manobra e orientação direta de Alexandre Cesar, que voltou a ser deputado por alguns dias no lugar do licenciado Mauro Savi (PR). (Às 20h) - Lúdio é suspenso por 6 meses e fica impedido de disputar eleições Por 26 a 19, o diretório regional acaba de aprovar o relatório da Comissão de Ética, suspendendo o vereador por Cuiabá Lúdio Cabral por seis meses. A advertência também foi mantida. A exemplo do que aconteceu com Verinha, Lúdio foi punido por infidelidade. Não apoiou e, de quebra, se recusou a fazer campanha para Abicalil ao Senado, no ano passado. A "condenação" partidária imposta a Lúdio praticamente tira a chance do parlamentar concorrer a prefeito da Capital pelo PT, pois não haverá tempo do partido incluí-lo novamente como filiado antes de encaminhar a relação para a Justiça Eleitoral. Lúdio já avisou para seus aliados da corrente batizada de Graúna que deve procurar outro partido. Dessa forma, o PT corre o risco de perder a única das 19 cadeiras na Câmara de Cuiabá. Membros do diretório vão apreciar agora os processos envolvendo Eroísa e Serys. Não há horário previsto para o término da reunião. (Às 20h35) - Diretório mantém advertência à Eroísa por não ter apoiado Abicalil Eroisa de Mello também foi punida. O diretório estadual petista decidiu, por 25 a 19, manter a decisão da comissão de Ética de advertí-la. Dos 3 processos julgados até agora, Eroísa é quem recebeu a pena mais branda. Enquanto ela assinará advertência por ter ignorado a candidatura do colega Abicalil ao Senado, Verinha e Lúdio ficarão suspensos por 3 e 6 meses, respectivamente. O diretório começa agora a ler o relatório que pede expulsão de Serys. O clima é de expectativa. Grupos petistas, que aguardam o resultado do lado de fora do salão do hotel Paiaguás, estão se estranhando. Trocam farpas e acusações. (Às 22h05) - Segue julgamento de Serys; ex-senadora chora; Alexandre sorri Serys apresentou defesa oral por 15 minutos. Lembrou sua trajetória no PT e os mandatos de deputada estadual e de senadora e da militância junto aos movimentos sociais. Disse que, empunhando a bandeira do partido e nas batalhas pelas minorias, sofreu algumas ameaças de morte e seguiu resistindo. Se emocionou e chorou. Enquanto isso, ironicamente o deputado Alexandre Cesar, da corrente majoritária petista e que defende expulsão de Serys, esboçava sorriso. Após ouvir Serys, o presidente Ságuas abriu para votação. A tendência é da ex-senadora ser expulsa, conforme relatório apresentado pela comissão de Ética, que apontou infidelidade da ex-senadora na campanha do ano passado. Ela não votou em Abicalil para o Senado e fez campanha para o pedetista Pedro Taques. (Às 22h35) - Grupo de Abicalil deve recuar da expulsão de Serys; polícia é chamada Ságuas colocou em votação o relatório que pede expulsão do Serys do PT. Pelo rito, os membros do diretório precisam votar favorável ou contra o relatório. Como a corrente majoritária, capitaneada pelo próprio presidente do diretório, percebeu que a maioria não iria votar pela condenação, decidiu interromper a votação. Dos quase 50, somente 4 tinham votado pela expulsão, entre eles Alexandre Cesar e Manoel no Sangue, derrotado para deputado nas eleições do ano passado. O diretório sugeriu uma emenda para tentar expulsar a ex-senadora pelo período de um ano. O impasse segue. (Às 22h50) - Serys é suspensa por 1 ano; deputado Alexandre vota pela expulsão Após quase 10 horas de discussões, trocas de farpas e empurra-empurra, o diretório estadual do PT decidiu, às 22h50 deste domingo, suspender a filiação da ex-senadora Serys Marly pelo período de um ano. O relatório da comissão de Ética havia proposto expulsão. A corrente majoritária liderada pelo trio Abicalil-Ságuas-Alexandre recuou, temendo repercussão negativa junto à direção nacional. Fez manobra de última hora e incluiu uma emenda pela suspensão. Vinte e seis membros do diretório votaram para suspendê-la, enquanto 19 se manifestaram contra e dois (Alexandre e Manoel no Sangue) defenderam expulsão. Acusado de ter agido com infidelidade partidária por se recusar a apoiar Abicalil para senador, Serys anunciou que vai recorrer da decisão ao diretório nacional. Às 23h04) - Ex-presidente do PT e vereador chapadense trocam empurrões Em meio a um clima tenso no plenário, o ex-presidente do PT da Capital Jairo Rocha, aliado de Serys, e o vereador por Chapada dos Guimarães, Carlos Eduardo de Lima Oliveira, trocaram empurrões. Faltando poucos minutos para o encerramento da longa reunião, Jairo usou a tribuna para defender a absolvição de Serys e Eduardo, mais afinado com o grupo de Alexandre, o contestou. Ambos se estranharam e houve empurra-empurra. Só não foram as tapas porque outros petistas interviram.
 
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