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16/05/2011 - 08:01

Erosão na margem do Rio Paraguai próximo de romper rodovia e isolar região

Por Valdemir Roberto e Sinézio Alcântara

As águas do Rio Paraguai, no trecho entre a ponte Marechal Rondon e o entroncamento da BR-070 que liga Cáceres a Bolívia, continuam avançando, provocando um já avançado estado de erosão que poderão causar sérios prejuízos econômicos ao Estado. Um dos riscos é o rompimento da rodovia BR-174, próximo a Ponte Marechal Rondon, principal acesso terrestre dos estados da Amazônia ao centro do país. Um novo alerta foi entregue ao governador Silval Barbosa. O estudo indica que se não forem tomadas medidas adequadas no trecho entre a ponte Marechal Rondon e o entroncamento da BR que liga Cáceres a Bolívia, a rodovia pode ser atingida. Lacerda disse que o Governo irá tomar as medidas necessárias para que isso não aconteça e entrará em contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit). A situação já é bem antiga. Fotografias tiradas pela equipe mostram caminhões passando pela BR a uma distância de pouco mais de 10 metros da barranca. Inclusive foram feitas recomendação de estudo hidrodinâmico para constatação sobre como se comporta as correntes de água e a sedimentologia do rio. O estudo indica a necessidade de uma ampla dragagem e/ou implantação de estrutura de engenharia usadas em países europeus como as "guias correntes" ou "mole" -técnica que consiste em conter os recuos das margens. Pesquisas de vários técnicos, entre eles o doutorando Aguinaldo Silva, da UNESP, da doutora Célia Alves de Souza, do mestre Alex Jorge da Silva e Davi Rezende de Freitas, da Unemat e do engenheiro Adilson Reis, da UFMT, indicam que a erosão provoca um recuo das barrancas entre três e cinco metros, anualmente. Ou seja: caso não sejam tomadas medidas imediatas para conter o processo erosivo, em menos de cinco anos, o rio pode alcançar e romper a rodovia. De acordo com os pesquisadores, uma série de fatores contribui para o aumento gradativo da erosão marginal e, consequentemente o avanço do rio para a rodovia. Entre eles a velocidade da correnteza e, principalmente, a ação humana, decorrente das ondas provocadas pelas embarcações que, automaticamente, aceleram o processo de solapamento ocasionando desta forma a queda dos blocos. Soma-se a isso, conforme os estudos, o fato do solo possuir maior quantidade de areia na base facilitando o desmoronamento ou deslizamento do barranco.Pelos levantamentos nas áreas pesquisadas, chegou-se a conclusão de que a erosão marginal no rio ocorre de forma intensa durante o período úmido como também durante a estiagem. Atribuem que o domínio da erosão na margem direita indica que o rio Paraguai provavelmente está sujeito ao efeito de movimento das placas tectônicas recente, que teria provocado um basculamento para oeste, fazendo com que os processos erosivos estejam mais atenuantes nessa margem.
 
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