Jornal Oeste

Desde que foi anunciada a descoberta do depósito mineral encontrado em Mirassol D’Oeste (300 Km a Oeste de Cuiabá), as especulações tem gerado aumento nos valores de imóveis e nos aluguéis. As informações repassadas para a população, na segunda-feira (21.03), durante o 1º Fórum de Mobilização Social sobre o Potencial Mineral da Serra do Caeté, realizado no Plenário da Câmara Municipal da cidade, são de que ainda há muito trabalho a ser executado antes de a exploração de fato acontecer. O evento foi oportuno para sanar dúvidas de moradores de Mirassol e municípios vizinhos e reuniu um público acima das expectativas. “O minério existe, está lá, é resultado de estudos que demandou profissionais do Serviço Geológico do Brasil, da Sicme e consultores. Agora vem uma segunda fase que é obrigatória, que são os estudos de pesquisas e prospecção para que esse depósito mineral se transforme em jazida e depois comece a exploração. Isso demanda tempo, não é de imediato. A empresa GME 4 que tem a concessão da área já montou estrutura em Mirassol. A partir da concessão, já não depende de ações do governo. A empresa é responsável”, explicou o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf, que apresentou juntamente com o superintendente de Minas da Sicme, Joaquim Moreno, os dados oficiais sobre a área mineral. O secretário lembrou que o papel do Estado foi de encontrar as ocorrências de fosfato e ferro, agora a exploração depende da GME 4, que deverá executar estudos de viabilidade. Outro desafio é encontrar tecnologia para separar o fosfato do ferro. “O governo estará acompanhando porque tem interesse nesse minério por ser um importante fertilizante para o Estado, utilizado na agroindústria e devido à geração de emprego”, afirmou Nadaf. Demonstrar o que efetivamente tem de concreto foi o foco do Fórum, idealizado por deputados que representam a região de Mirassol D’Oeste. Dúvidas em questão Diversos tópicos foram levantados pelos moradores da região. Entre elas, as consequências que a exploração poderá deixar para a cidade, como a erosão do solo, expectativa quanto à geração de emprego, a falta de estrutura da cidade para receber a migração de pessoas e o aumento dos preços dos aluguéis e imóveis. Entre os benefícios que a região poderá receber, está o percentual que os municípios recebem em royalties (2% do faturamento líquido sobre o preço do minério). Desse percentual, 65% da arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) fica com o município, 23% para o Estado e 12% para a União. Em relação a empregos, haverá oferta para mão-de-obra local, mas de início serão profissionais da geologia. Uma das sugestões apontadas pelos deputados presentes diz respeito ao planejamento da execução dos trabalhos pela GME 4. “A empresa precisa ter datas definidas para cada etapa, é uma forma de dar maior segurança para a população. A cada nova informação e nova data isso deve ser repassado”, pontuou o deputado Airton Português. Pedro Nadaf afirmou que eventos do tipo (Fórum) são propícios para informar os moradores. “É uma riqueza no local. O Fórum é um encontro altamente positivo, tiramos grande quantidade de dúvidas”. A ação conjunta em Mirassol envolveu o Governo, por meio da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) e Assembleia Legislativa, por meio dos deputados que representam a região de Mirassol (Ezequiel Fonseca, Airton Português, Ademir Brunetto). O presidente da Câmara Setorial Temática da Serra do Caeté, criada pela Assembleia Legislativa para estudar, discutir e sugerir ações para a área, José Lacerda; o presidente da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), João Justino Paes Barros; prefeitos da região que representam o Consórcio das Nascentes do Pantanal; o vice-reitor da Unemat, Dioney Silva, e lideranças empresariais marcaram presença juntamente a população. Aliás, o número de participantes superou as expectativas.