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14/03/2011 - 19:02

Presidente de sindicato acusa Pedro Henry de ser arbitrário e desrespeitar sociedade; médicos planejam mobilização

Por Alline Marques

Os médicos de Mato Grosso e demais profissionais da saúde planejam uma mobilização na quinta-feira (17) durante a audiência pública na Assembleia Legislativa com o propósito de debater o caos na saúde da capital. A manifestação é contra o secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry (PP), que quer contratar Organizações Sociais (OS) para administrar os hospitais regionais. Para o presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), Edinaldo Lemos, o progressista está sendo arbitrário e desrespeitando a sociedade. “O secretário tem tomado atitudes de cima para baixo, sem consultar a classe. Parece estar querendo esconder algo ruim da sociedade. Não podemos admitir este tipo de coisa, por isso, encaminhamos um ofício diretamente ao governador Silval Barbosa (PMDB), já que o secretário não nos recebe”, reclamou Lemos em entrevista ao Olhar Direto. No entanto, Silval já demonstrou simpatia pelo novo modelo de gestão proposta por Henry e adiantou que não pretende ceder às pressões dos médicos, que estão em greve desde quinta-feira (10). Edinaldo cobrou do governador um posicionamento e principalmente um esclarecimento sobre as mudanças que pretendem ser feitas no Estado. “O Silval foi eleito pelo povo e tem a obrigação de esclarecer as dúvidas da população. Ninguém sabe de nada. Isso é um desrespeito com o povo”, criticou. Henry até se reuniu com os médicos para debater o assunto, mas a categoria ainda resiste à contratação de OS nos hospitais. O secretário conseguiu o aval dos deputados, aprovou a lei em caráter de urgência e até já abriu o edital para contratação de uma organização que deverá gerir o Hospital Metropolitano, em Várzea Grande. Porém, os médicos alegam que este modelo de gestão é anticonstitucional, já que é dever do Estado oferecer saúde à população. Ainda existe o receio de demissões em massa ou arbitrariedades, principalmente porque os cargos de direção e chefias devem ser ocupados por membros das OSs. Pedro Henry tem alertado para os gastos excessivos na secretaria e garante que será possível fazer economia com este novo modelo. Um dos principais problemas da saúde é a aquisição de medicamento que seria “superfaturada”. Segundo o progressista, o Estado gasta até dez vezes mais com a compra de remédios. Na Secretaria de Saúde já foi aplicado a compra de medicamento por pregão eletrônico, permitindo que o Estado compre remédios de centenas de distribuidoras espalhadas no país, economizando até 30%.
 
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