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04/03/2011 - 07:37

Setor de laticínios de MT planeja crescimento

Por Vívian Lessa

A pecuária leiteira de Mato Grosso planeja aumentar em 23% a produção diária este ano ante 2010. Paralelo à essa intenção, produtores, indústrias e governo estadual buscam medidas para que a qualidade do produto seja garantida e atenda os padrões exigidos pelo governo federal. Em reunião realizada nesta quinta-feira (3), representantes do setor discutiram alternativas e soluções para que a produção leiteira estadual fique de acordo com as novas normas estabelecidas pelo governo federal, que entram em vigor em julho. A determinação define parâmetros para o tipo de leite, o armazenamento e transporte do produto adequados. Segundo o secretário de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), Jilson Francisco da Silva, a produção de leite deve aumentar dos atuais 2,3 milhões de litros/dia para cerca de 3 milhões litros/dia. Ele lembra que em 2008 eram apenas 1,6 milhão de litros diários. "Estamos trabalhando para que o produto tenha qualidade". O presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínio de Mato Grosso (Sindilat), Antônio Dornelles, destaca que o cumprimento das novas medidas será um desafio. "Estamos progredindo muito rápido, quanto à produção. As determinações vêm para dificultar o processo de crescimento". Ele aponta que o setor tem procurado se modernizar para a tender a alta na demanda do consumo do leite. Para o presidente da Cooperativa Mista de Terra Nova do Norte (Coopernova) Daniel Robson da Silva, há uma preocupação de como corrigir os problemas. Ele estima que cerca de 10% dos produtores ainda não conseguiram se adequar às exigências. A cooperativa conta com 2,3 mil associados, sendo que apenas 1,7 mil são produtores de leite, que somam 130 mil litros/dia. Sobre o cumprimento das regras, a agente de inspeção do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Juliana Gliosci, explica que as determinações servirão unicamente para estabelecer um padrão de qualidade no leite. Ela afirma que há muitos produtores que, por falta de informação ou por resistência, não seguem regras básicas de higiene na hora de tirar o leite, como por exemplo, limpar a teta da vaca. Conforme ela, quem descumprir a normativa será retirado do mercado. "O processo é gradativo. Iremos orientar primeiramente para as indústrias, que deverão comunicar os fornecedores". Ela acrescenta que antes da punição, o objetivo é que o segmento industrial capacite e informe os produtores sobre as novas exigências. "Não queremos que a indústria contribua para a exclusão dos produtores do mercado por não se adequarem às normas. Considerando que isso poderia contribuir para o aumento da clandestinidade na produção do leite". Juliana destaca que além de Mato Grosso, a cadeia do leite existente nos estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país deverão se adequar à normativa até 30 de junho deste ano. Já as regiões Norte e Nordeste terão mais um ano para ficar em acordo com as regras.
 
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