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01/03/2011 - 20:56

itares que retornaram do Haiti são liberados da quarentena em Cuiabá

Por Kelly Martins

A tropa de 88 militares de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que retornaram do Haiti e desembarcaram no dia 24 de fevereiro, em Cuiabá, foi liberada nesta terça-feira, após cinco dias de quarentena para procedimentos previstos na Diretriz Médico-Sanitária para a Mobilização e Desmobilização dos Efetivos Militares. Os integrantes da comitiva passaram por uma bateria de exames como precaução para evitar que haja possibilidade de contágio por algum tipo de doença, já que foram submetidos a situações de extremo risco no período em que estiveram na capital Porto Príncipe. Eles se deslocaram para o país em agosto de 2010 e, depois de ficarem seis meses longe de casa, poderão reencontrar a família, um momento bastante esperado por muitos. Um grupo de soldados já haviam sido liberados ontem, depois de receberem o aval por meio do relatório médico. Porém, alguns miliatares ainda permaneceram "alojados" no 44º Batalhão de Infantaria Motorizado para novas avalições. Conforme informações repassadas pelo Exército, nenhum integrante do grupo sofreu complicações ou riscos eminentes da epidemia de cólera, cujo riscos eram altíssimos. Do total de militares, 32 são de Cuiabá e atuam na 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, e 51 são lotados no município de Cáceres. Os outros cinco vieram das cidades de Coxim e Corumbá, localizadas no estado vizinho. "Foram dias emocionantes porque nos deparamos com uma realidade completamente diferente da nossa e também, porque de alguma forma, foi possível colaborar na reconstrução do país", relata o sub-comandante da Companhia de Força de Cáceres, Flávio Moura. O retorno, conforme avalia, também se tornou muito especial. Isso porque, somente agora será possível conhecer sua filha que nasceu há três meses. "Estou ansioso para chegar em casa, pois, não consegui nem ve-la por fotos", declarou o capitão que pela segunda vez participa da missão de paz das Nações Unidas (ONU) no Haiti, considerado o mais pobre da América Latina. Como voluntários, os militares trabalharam no serviço de patrulha, segurança e ainda ajudaram com informações sobre saúde, na distribuição de água e alimentos. Já para o soldado Iris Julião, de 24 anos, a primeira visita na capital haitiana serviu como impacto e provocou transformação de valores pessoais. "A miséria naquele lugar é algo muito impactante. Ao ver aquele povo tentando sobreviver com tão pouco, me fez repensar na vida dando mais valores as coisas que tenho", pontuou.O soldado contou ainda que a experiência reforçou a vontade de ingressar na universidade para fazer o curso de História. O tenente coronel, comandante do 44º Batalhão do Exército, Mário Marzaleck, informou que uma nova tropa deverá embarcar novamente para Porto Príncipe nos próximos seis meses.
 
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