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10/02/2011 - 09:44

Imagens levantam suspeitas de que a fuga de presos do Cadeião de Cáceres foi planejada

Por Jornal Expressão

Imagens conseguidas com exclusividade pelo Jornal Expressão, do local exato, em que um grupo de 24 presos, fugiu do cadeião, na madrugada da última segunda-feira, podem contribuir para elucidação do fato. Ou seja: se houve ou não facilitação de fuga, como foi denunciada pelo fugitivo Osvaldo Condori Ayca. O boliviano que cumpria pena por tráfico de drogas, afirmou que a fuga teria sido “consentida” pelos agentes prisionais que, ao todo receberam R$ 120 mil pelo crime. Fotos, em poder do jornal apontam, no entanto, para um plano de fuga bem elaborado, cuja execução teria consumido não apenas algumas horas, mas, sobretudo, vários dias. As imagens mostram o amontoado de terra na sala de artesanato – local onde foi cavado o túnel - e várias ferramentas, como enxada, cavadeiras e até uma carriola que, em hipótese seriam usadas para a ação, mas que a direção da unidade assegura ter sido levadas ao local, posteriormente, para tapar o túnel por onde saíram os presos. Algumas garrafas e até sacos plásticos verificados no local comprovam que os presos estariam apenas aguardando o momento exato para colocar o plano em execução. Se não vejamos: porque teriam que juntar tantas garrafas e sacos plásticos para armazenar nas já apertadas celas? Outro questionamento: em algumas horas teriam tempo suficiente para serrar 4 celas? Os indícios de planejamento, no entanto, não comprovam que tenha havido pagamento aos agentes penitenciários e tampouco ao diretor. De acordo com a relação nominal apresentada pela direção do presídio, não existe entre os fugitivos, pelo menos, aparentemente, nenhum em condições financeiras de pagar R$ 5 mil, pelo “consentimento” da fuga, conforme foi denunciado pelo traficante Ayca. Inclusive, o fugitivo Jovane Santana de Campos, foi recapturado no dia seguinte, quando saia de sua residência, com uma vara de pescar, depois de ter roubado uma caixa de cerveja de lata. As informações são de que outros que também teriam conseguido a liberdade estariam agindo em comunidade rurais, como em Vila Aparecida, onde três fugitivos teriam rendido o motorista de um ônibus para roubar passageiros. A direção prisional assegura que a denúncia do fugitivo não passa de “armação” dos reeducandos “revoltados” com o rigor de fiscalização adotado na unidade. “É uma armação para derrubar o diretor porque impedimos atos de ilegalidades: acabamos com o mini-laboratório de cocaína que antes funcionava no interior das celas; retiramos centenas de celulares e outros aparelhos eletrônicos, inclusive, playstation, que eram usados livremente pelos reeducandos, colocamos um fim na prostituição que corria solto e suspendemos alguns celas livres que não tinham direito ao benefício. E isso, revoltou a todos. Temos certeza que não passa de armação” afirma o diretor Cleiton Norberto da Silva. Dos 24 fugitivos, a Polícia Militar recuperou até na tarde de ontem, apenas cinco: Flávio da Silva Rodrigues, o Flávio Louco; Jovane Santana de Campos; Juciandro Batista de Oliveira, Willian Ferreira da Silva e Willian dos Santos Guaçassi. Os demais Ademir Batista da Silva, Antônio Firmino, Diones Mendonça, Elielton Rodrigues, vulgo Eli, Gilson José da Silva, vulgo Xoxa, Guilherme Henrique da Cruz, Jonas Cardoso Viana, vulgo Goiano, Jonathan Bráz, José Carlos Ribeiro Batista, José Geovane Brito Alves, Leandro Feitosa da Silva, vulgo Boiadeiro, Leonir Moraes da Silva, vulgo Porca, Luiz Antônio Pereira Leite de Souza, vulgo Tutunga, Osvaldo Condoi Ayca, vulgo Boliviano, Patrício Lemes da Silva, Raimundo Pereira de Souza, Ronaldo França de Menezes, Sebastião França Parabá e Sérgio de Arruda.
 
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