Jornal Oeste

Foragidos acusam a direção da Cadeia Pública de Cáceres de facilitar a fuga de 24 detentos. Eles alegam que cada um pagou R$ 5 mil para que a construção do túnel fosse "consentida" pelos agentes prisionais, que ao todo receberam R$ 120 mil pelo crime. Um dos fugitivos, Osvaldo Condori Ayca, ligou para o jornal A Gazeta, denunciando a ação ilegal. Esta é a segunda denúncia de pagamento de propina para agentes prisionais em Mato Grosso. No mês passado, 10 detentos do Penitenciária Central do Estado (PCE) teriam saído pela porta da frente da instituição após pagarem entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para servidores da segurança. Os criminosos eram condenados pelo envolvimento com roubo e tráfico de drogas. Osvaldo Ayca informou que durante o processo de construção do túnel, que tinha 4 metros, foram contratados pequenos caminhões para a retirada de areia. Segundo ele, o trabalho durou cerca de 2 semana e não apenas 1 dia, como foi dito pelo diretor da cadeia, Cleiton Noberto Leonço da Silva, na reportagem publicada nesta segunda-feira (7). Quanto ao trabalho, teve todo apoio de ferramentas, o que contradiz a declaração de Silva. O diretor assegurou que os presos cavaram a travessia com as mãos. Conforme o foragido, os presos que não pagaram pelo "serviço" e continuam na cadeia passam por várias restrições, que eles acreditam se represálias da administração. Os detentos foram impedidos de ter visita íntima e assistir televisão. Outro lado - As duas fugas são investigadas pela Secretaria de Estado de Justiça. A assessoria de imprensa informou que foram abertos inquéritos, tanto administrativos como policial, para esclarecer o caso e punir os culpados.