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06/02/2011 - 11:24

Prostitutas eram contratadas por cafetões para programas com presos no cadeião de Cáceres

Por Jornal Expressão

Uma medida pouco convencional está sendo adotada para conter a prostituição na cadeia de Cáceres. A direção da unidade passou a exigir das mulheres, durante as visitas, a apresentação de Declaração de União Estável, para comprovar o vínculo matrimonial com os reeducandos. A medida foi implantada, devido à comprovação do elevado índice de prostituição nas celas. Dezenas de prostitutas eram contratadas por “cafetões da cadeia” para “programas” com os detentos em dias de visitas. Sem nenhum controle, elas entravam nas celas – alegando ser parentes dos presos – para se prostituírem. Há informações de que algumas realizavam até 10 programas durante as visitas. Só não se sabe os valores cobrados nas relações. A direção confirma que há suspeita, inclusive, de prostituição infantil. Mães que teriam levado as próprias filhas menores para se relacionarem sexualmente com detentos nas celas. “Adotamos essa medida diante das denuncias de várias pessoas sobre a realização de cenas de sexo explicito, por prostitutas, dentro das celas, às vezes até na frente de idosos e crianças” justifica acrescentando que “tivemos informações de que houve casos, inclusive, de prostituição infantil. Acreditamos que se não acabar de vez, a medida implantada deverá pelo menos vamos reduzir, consideravelmente, esse absurdo”. Para facilitar a situação a própria direção fornece o modelo da declaração. Após a exigência da Declaração de União Estável, o número de visitas femininas no presídio reduziu cerca de 250%, em menos de três meses. O livro de registro de visitas, apresentado pelo diretor, mostra que, em média, no ano passado, 140 mulheres adentravam nas celas nos dias de visitas. Hoje, esse número caiu para apenas 50. Em um único dia, no mês de dezembro, o livro registrou a visita de 150 mulheres e 34 crianças. Além da exigência da Declaração da União Estável, a direção também reduziu os dias de visitas. Antes eram as quartas feiras e domingos. Hoje a visita íntima é apenas na quarta-feira. Outra medida implantada, na atual gestão foi no sentido de evitar a entrada de produtos ilícitos na cadeia. A partir desta semana, até mesmo os agentes penitenciários terão que ser revistados quantas vezes forem necessários ao entrar e sair das celas. Ao mesmo tempo em que amplia a fiscalização, a ideia conforme o diretor visa proteger o próprio agente. “Com a revista aos próprios agentes estaremos acabando com as insinuações de que não são apenas visitantes que levam celulares, drogas e outros produtos ilícitos para dentro da cadeia” explica Cleiton lembrando que a iniciativa conta com apoio dos próprios penitenciários. “Acataram a decisão porque sabem que será uma forma de tirar a pressão e as suspeitas sobre eles”. A direção da unidade informou ainda que, nesta semana, o governo do Estado, através da superintendência de cadeias, enviou para Cáceres, uma série de produtos que serão utilizados no presídio. Entre eles, 100 colchões, medicamentos, materiais de limpeza e higiene pessoal e uniformes para os reeducandos.
 
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