Jornal Oeste

O deputado federal Ságuas Moraes foi escolhido neste sábado, na primeira reunião pós-eleições do diretório estadual, para substituir Carlos Abicalil no comando do PT. Ele conquistou 32 votos. O advogado Vilson Nery se apresentou como candidato e teve 9 votos. Duas petistas se abstiveram de votar: a ex-deputada estadual e agora secretária adjunta de Justiça do Estado Vera Araújo e a ex-vereadora por Cuiabá Enelinda Scala. Ságuas passa a conduzir a legenda petista no Estado devido à renúncia de Abicalil, que apresentou uma carta alegando os motivos de deixar a presidência. Segundo o ex-deputado federal, por ter ocupado cargo de terceiro escalão no Ministério da Educação e, por isso, ter de permanecer mais tempo em Brasília, fica impossibilitado de conciliar agenda para seguir na presidência. Recorreu também a regras estatutárias sobre ocupação de cargo público e a função de dirigente partidário, embora, no caso de nomeação para função no governo federal não haja proibição para tanto. Como foi a votação neste sábado para recompor diretório estadual Ságuas Moraes - 32 votos Vilson Nery - 9 Abstenções - 2 Abicalil nem compareceu à reunião do diretório, na sede do partido no bairro Bandeirantes, em Cuiabá. O curioso é que sua carta-renúncia está datada de 18 de janeiro deste ano e, durante todo este período, a Unidade na Luta, corrente majoritária controlada por Abicalil, Alexandre Cesar e Ságuas, não tornou público o seu conteúdo, o que impediu as oposições de se articularem para a disputa. Ao mesmo tempo que deixa a presidência, Abicalil, com respaldo do seu grupo, conseguiu ter o nome confirmado como primeiro-vice-presidente. Nas discussões para recomposição do diretório, as outras forças políticas defenderam adiamento por 60 dias da eleição suplementar, considerando que Abicalil não havia feito comunicado antecipado aos filiados de sua renúncia. A proposta não foi aceita pela maioria. Em protesto, Vilson se lançou como candidato, mas só chegou a 9 votos. Entre os que apoiaram-no estão Jairo Rocha, da Articulação de Esquerda, e Eroísa Mello, da Força do Interior. O único vereador do partido em Cuiabá Lúdio Cabral votou em Ságuas. Ganhos e perdas Esta é a segunda vez que Ságuas preside o PT em Mato Grosso. Antes, em 2004, ele havia substituído o então presidente Alexandre Cesar, que se afastou na época para concorrer à Prefeitura da Capital. Até hoje o partido está afundado em dívidas milionárias da época de Alexandre. O partido busca se recompor no Estado, embora continue forte nacionalmente, tendo 149 das 1.059 cadeiras de deputado estadual e as maiores bancadas na Câmara Federal, onde subiu de 79 para 88 deputados, e no Senado, com ampliação de 4 para 15 cadeiras, além de comandar o País com Dilma Rousseff. Já em Mato Grosso perdeu espaço no Senado - lançou, sem êxito, Abicalil -, elegeu um federal (Ságuas) e reduziu representatividade na Assembleia de duas para uma cadeira, com apenas a reeleição de Ademir Brunetto.