Jornal Oeste

A renúncia do presidente regional do PT, Carlos Abicalil, promete movimentar a reunião de hoje do diretório estadual, que tem como principal pauta a eleição para o mandato-tampão na direção partidária. Abicalil já anunciou a saída, por incompatibilidade com o cargo que ocupa no Ministério da Educação, e defende como sucessor o deputado federal Ságuas Moraes. Mas uma ala do partido, liderada pelo presidente municipal da sigla, Vilson Aguiar, defende que haja um outro nome para concorrer com Ságuas. Vilson é da mesma corrente interna da ex-senadora Serys Slhessarenko, ou seja, de um grupo divergente de Saguas. “Com certeza, vamos disputar esta eleição. Não tem essa de chapa única, o Lúdio Cabral ou o Jairo Rocha será candidato também", disse Aguiar. No ano passado as duas alas do PT em Mato Grosso praticamente romperam após o Abicalil ter colocado o seu nome para a disputa ao Senado, avalizado pela bases do partido. O grupo de Aguiar entendia que a candidatura deveria pertencer naturalmente à então senadora Serys Slhessarenko. Abicalil vai deixar a presidência do partido para se dedicar à Secretaria de Relações Institucionais do Ministério da Educação e Cultura, em Brasília. Apesar da intenção de Aguiar de lançar outro candidato, o ex-parlamentar tem a maioria dos votos da sigla e não deverá encontrar dificuldades para colocar Ságuas em seu lugar. Com 47 membros da direção regional, pelos cálculos das correntes ligadas a Abicalil, 29 integrantes deverão votar favorável ao nome de Ságuas. A disputa interna entre Abicalil e Serys é considerada como um dos fatores para o encolhimento do partido no Estado. Abicalil iniciou a disputa na campanha de 2010 como um dos favoritos a uma das duas vagas ao Senado e acabou terminando em segundo lugar. A ex-senadora, após perder a disputa interna para Abicalil para tentar a reeleição, não pretendia concorrer a outro cargo. Porém, foi demovida e acabou na disputa à Câmara Federal e não conseguiu ser eleita, ficando na primeira suplência. Na Assembleia Legislativa, o partido também encolheu. Até a legislatura passada eram dois deputados, agora apenas o deputado estadual Ademir Brunetto conseguiu a reeleição. Apesar da derrota nas urnas, a ex-senadora surge no cenário político como um dos fortes nomes à disputa pela prefeitura de Cuiabá em 2012. Procurado pela reportagem, Jairo disse que ainda vai conversar com alguns dirigentes petistas para definir a sua candidatura ou não. O vereador Lúdio Cabral não atendeu às ligações no celular.