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05/02/2011 - 11:30

Polícia investiga bens adquiridos por criminosos com dinheiro de vítimas de Pontes e Lacerda

Por Redação 24 Horas News

Após a morte do casal milionário, um dos investigados Ivan Rosa Moreira , trocou a fotografia da identidade da vítima e se passado por ela, abriu uma conta corrente na Caixa Econômica Federal, da cidade de Porto Velho, em Rondonônia. Com isso, ele movimentou o dinheiro depositado na agência de Cacoal em nome de Raimundo Nonato Ferreira de Souza, segundo o delegado Luciano Inácio, do Grupo de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil. A Polícia descobriu que onze saques de aproximadamente R$ 30 mil foram efetuados até a quantia de mais 300 mil. Outra parte do dinheiro foi retirada do Banco do Brasil de Cacoal, onde o restante do dinheiro está bloqueado. “Temos informações que há envolvimento de uma pessoa, mas não sabemos o grau”, informou o delegado Alexandre Baccarini, da Polícia Civil de Rondônia. Cerca de R$ 700 mil foram desviados das contas bancárias de Raimundo Nonato, feitos nas agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, em Rondônia. Conforme o delegado Baccarini, conta foi aberta no dia 26 de outubro, oito dias depois da morte do casal. “Começaram os saques até zerar”. O último saque aconteceu no dia 11 de novembro de 2010. O dinheiro foi pulverizado, dividido entre o grupo, sendo que a maior parte ficou com Raimundo Nonato Pereira da Silva, o B18, e Ivan Rosa Moreira, mentores do crime. Criminosos queriam matar bebê Um bebê, que hoje tem menos de dois anos, por pouco não foi executado pelo grupo de criminosos recrutados por Raimundo Pereira da Silva, o “B-18”, conhecido bandido que atua em Mato Grosso. A criança é filho do casal Raimundo Nonato Ferreira de Souza, 46, e Liliane Gomes Saldanha, 25, executados no caminho entre Pontes e Lacerda, cidade do Oeste de Mato Grosso, e Várzea Grande, depois de ganhar um prêmio de R$ 1,7 milhão ao acertar os cinco números da Quina, no ano passado. Houve discussão entre os bandidos e eles acabaram decidindo poupar a criança. Poupar a vida da criança soa carinhoso, mas não atenua em nada o crime que o bando cometeu. O seqüestro e execução do casal Raimundo e Liliane foi bárbaro e meticulosamente planejado. Foi tudo devidamente planejado na cidade de Cacoal, em Rondônia. Um casal de amigos indicou o novo milionário e “B-18” começou a agir. O casal se instalou na cidade de Mato Grosso e, apesar de ter R$ 1,4 milhão, continuou vivendo de forma modesta. Não tardou a encontrar-se com a tragédia. Raimundo Pereira se juntou a Ivan Rosa Moreira, 45 anos, Ricardo de Oliveira Queiroz, 27, Lauro Rosa Bueno, 22, e Luis Paulo da Silva, 22, para executar o plano: seqüestrar o casal, “arrancar” deles as informações bancárias, tomar posse de documentos e executá-los. Em outubro, fizeram tudo. Inclusive, sob tortura. Luís Paulo executou Raimundo Nonato, enquanto Ivan matou a mulher dele. A criança, porém, se tornou um problema e o grupo se dividiu. Ivan, segundo os criminosos presos pela Polícia, queria executar também o bebe para não deixar pistas. De acordo com o delegado do GCCO, Luciano Inácio da Silva, os bandidos mataram o casal no mesmo dia do sequestro, após ser obrigado a entregar o número da conta e senha do banco, em que o dinheiro estava depositado. “Eles invadiram a casa durante a madrugada e vindo para Cuiabá obrigaram a vítima a fornecer a senha do cartão. Eles abasteceram o veículo com o cartão para conferir. Andaram alguns metros e executaram o casal às margens da rodovia”, explicou o delegado Luciano Inácio. A criança foi trazida para Várzea Grande e teria passado pelas mãos de duas pessoas na cidade, que eram pagas para cuidar dela. Ela passou o maior tempo em uma casa no bairro Nova Conquista, em situação de vulnerabilidade. A família, morava em dois cômodos apenas e os dividia com animais domésticos. O menino foi encontrado na casa de uma mulher no bairro Centro América, em Cuiabá. Ali ele estava bem cuidado, mas mesmo assim corria risco, porque um dos indiciados, Ivan Rosa, insistia que o grupo precisava se livrar do menino para não deixar rastro. “Tivemos que acelerar as investigações para resgatar a criança, pois havia o risco dela ser alcançada por um dos criminosos, que achava que o menino poderia levar a polícia até eles” - disse Luciano. O delegado disse que a mulher tratou muito bem da criança e que foi enganada, pensava que o pai do menino havia morrido e mãe uma drogada. O menino está agora em local seguro, sob custodia de uma pessoa nomeada pela Promotoria da Infância e Juventude de Cuiabá. O desaparecimento do casal e da criança começou a ser investigado pela Polícia Civil de Rondônia, a partir da abertura de inquérito que apurava saques fraudulento da conta corrente do chefe da família, que morou na cidade de Cacoal, antes de se mudar para Pontes e Lacerda. Em Mato Grosso, as investigações chegaram aos cinco criminosos. Diligências estão sendo realizadas para encontrar os corpos das vítimas. O trabalho está sendo coordenado pela equipe do delegado Luciano Inácio, chefiada pelo chefe operações, Fernando Bezerra. Os acusados vão responder por extorsão mediante seqüestro com resultado morte, pena de 24 a 30 anos de prisão. O delegado geral da Polícia Civil, Paulo Rubens Vilela, destacou os esforços das polícias de Mato Grosso e Rondônia em esclarecer o crime. “É um crime grave que foi resolvido pelo trabalho conjunto das polícias civis dos dois estados”, declarou. (Edilson Almeida)
 
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