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03/02/2011 - 10:08

Governo já estuda suspender a pesca por quatro anos em Mato Grosso e aumentar a piracema para seis meses

Por Jornal Expressão

A pesca nos rios de Mato Grosso poderá ser suspensa definitivamente. A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com apoio de órgãos ambientalistas, teriam apresentado um estudo junto ao governo do Estado que aponta para a extinção de inúmeras espécies; a redução significante do estoque pesqueiro e, automaticamente, a necessidade do fim da atividade nos rios do Estado. A proposta apresentada pelos técnicos sugere a transformação dos rios, principalmente, do pantanal, num gigantesco laboratório de pesquisa sobre as espécies e o incentivo da criação de peixes em cativeiros. O governo teria se mostrado “solícito” quanto à ideia e disposto a implantá-la ainda neste ano. Como estaria em fase de experiência, já em 2011 haveria uma redução de seis meses no período da pesca. Ou seja: o Estado estaria disposto a autorizar apenas três meses da prática. Algumas autoridades confirmam a informação. Porém, não dão maiores detalhes, segundo elas, para não antecipar aos órgãos ambientais e, principalmente, em razão do governo estar estudando alternativas viáveis para substituir, economicamente, a atividade de vários segmentos, entre elas de embarcações turísticas e pousadas, além de milhares de pescadores profissionais que seriam afetados diretamente pela medida. Além da conservação das espécies e a preservação ambiental, o projeto visa, também, colocar um fim no pseudoturismo que se pratica nos rios de Mato Grosso. Anualmente, centenas de “visitantes” de outros estados, principalmente, retiram de forma desordenada dos rios, sem quase nenhuma fiscalização, milhares de quilos de pescado, sob a alegação da prática de turismo. Embora a iniciativa dos técnicos da UFMT e dos ambientalistas surja com mais força, principalmente, pelo embasamento técnico, a iniciativa de suspender a pesca nos rios de Mato Grosso, é antiga. Diante da exploração desordenada da atividade, o então governador Dante de Oliveira já havia proposto a medida, com uma diferença. Dante chegou a sugerir que a pesca fosse suspensa durante cinco anos consecutivos e aberto um. A ideia seria recuperar a procriação das espécies prejudicada pela prática da pesca predatória. Diante da contrariedade de vários setores, principalmente, de alguns segmentos ligados ao turismo, a proposta não vingou. Mais recentemente, no ano passado, o empresário Antenor Alves Júnior novo proprietário da Fazenda Descalvados, anunciou com exclusividade, através do Jornal Expressão, que estaria proibindo a pesca nas proximidades da fazenda. O projeto do empresário, já em andamento, prioridade, a pesca esportiva na qual o visitante pode apenas pescar e soltar as espécies. O peixe consumido pelos turistas viria de criadouros. Além disso, no ano de 2009 uma Resolução do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Condema) em Cáceres, aprovou por unanimidade, a proibição da pesca do dourado. Espécie em extinção nos rios da região do pantanal.
 
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