Jornal Oeste

O promotor regional eleitoral Thiago Lemos pediu a cassação do mandato do governador Silval Barbosa (PMDB) e seu vice Chico Daltro (PP). Pesa contra eles a acusação de arrecadação e gastos ilícitos em campanha. O caso é ralatado por Samir Hammoud e deve ser apreciado pelo Pleno do TRE nos próximos dias. Na ação, o procurador ressalta o fato do peemedebista ter efetuado o pagamento de cabos eleitorais descontando cheques das contas oficiais com valores altos. Conforme a legislação eleitoral, apenas em casos excepcionais é permitido o pagamento de prestadores de serviço com os chamados cheques "guarda-chuva", que são utilizados para saldar dívidas com várias pessoas. Neste caso, os valores precisam ser pequenos, o que não é o caso envolvendo Silval. O montante do saque irregular chegaria a R$ 11 milhões, quase 50% de todo o arrecadado pelo peemedebista durante a campanha. Outro problema detectado foram os diversos saques realizados diretamente na boca do caixa para o pagamento de cabos eleitorais. Entre os fatos que chamaram a atenção do MPE estão as datas de alguns cheques, que não correspondem às declaradas na prestação de contas. Para dar sustentação às denúncias, Lemos solicitou que sete testemunhas fossem ouvidas e que os cheques passassem por uma perícia para comprovar que as anotações das datas nos recibos não foram feitas pelas testemunhas que supostamente teriam trabalhado para o governador. Tanto Silval quanto Daltro têm o prazo de cinco dias para se pronunciar e apresentar uma defesa. O advogado da coligação Mato Grosso em Primeiro Lugar, Francisco Faiad, afirmou que ainda não foi notificado sobre o caso, mas assegurou que não houve irregularidades nas contas de campanha do governador. "Entendo que esta ação do MPE não tem nenhum indício de plausividade", avaliou. Silval arrecadou cerca de R$ 21,2 milhões para sua campanha e gastou tudo ainda no primeiro turno, para assegurar a sua vitória já no dia 3 de outubro. Entre as empresas que mais contribuíram aparecem a Todimo, com R$ 1,5 milhão, a Guaporé Carne, com R$ 1,3 milhão, a Agriplan Serviços Financeiros, com R$ 1 milhão, e a construtora Sanches Tripoloni, com R$ 1,2 milhão.