Jornal Oeste

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) revelou a existência de um surto de Hepatite A no município de Santo Antônio do Leste, a 374 Km de Cuiabá, onde 32 pacientes já tiveram a confirmação laboratorial. A Secretaria e a Prefeitura Municipal de Santo Antônio do Leste estão desenvolvendo todas as ações nas áreas das vigilâncias epidemiológica e sanitária para conter o surto. A preocupação é com a contaminação pela água, uma vez que, o município não dispõe de infraestrutura de saneamento. Os técnicos das vigilâncias da SES estão recomendando a população da cidade o adiamento das atividades escolares por um período mínimo de 30 dias. O mesmo é recomendado para as creches, cujo objetivo e reduzir a transmissão da doença. Eles pedem ainda a interdição imediata dos poços de abastecimento de água das escolas. OUtras recomendações foram: Notificação, investigação e acompanhamento dos casos de hepatites virais; manutenção dos serviços de Saúde em atenção para as ocorrências da doença e promoção do diagnóstico oportuno; e, orientação para a utilização de produtos a base de cloro na água, além de fervura e higiene domiciliar. A Ssecretaria informou ja ter tomado todas as providências de suporte em sua Central, com medicamentos que poderão ser necessários, insumos e hipoclorito de sódio conforme a situação requer. As equipes estarão promovendo avaliação diária. Especulou-se a possibilidade de ocorrências da Hepatite A em Paranatinga (386 Km de Cuiabá). Entretanto, até o momento, só foram confirmados dois casos em dezembro de 2010, não havendo motivos para maiores preocupações. A Secretaria de Saúde informou qe está vigilante para novas ocorrências. A Hepatite A, também conhecida como hepatite infecciosa[1] é uma doença aguda do fígado, causada pelo vírus da hepatite A (HAV). A transmissão é feita por alimentos mal-preparados e água contaminadas por fezes contendo o vírus (transmissão fecal-oral), além da possível presença de fômites no ciclo. É trasmitida também através do sexo oral-anal e prática dígito-anal-oral. O período de incubação dura cerca de um mês. No intestino infecta os enterócitos da mucosa onde se multiplica. Daí dissemina-se pelo sangue, e depois infecta principalmente as células para as quais mostra a preferência, os hepatócitos do fígado. Este tropismo é devido à abundância nessas células dos receptores membranares a que o vírus se liga durante a invasão. Os vírions produzidos são secretados nos canais biliares e daí, via ampola de Vater, no duodeno, sendo expelidos nas fezes. Mais de metade dos doentes poderão ser assimptomáticos, particularmente crianças. Surgem geralmente de forma abrupta febre, dor abdominal, náuseas, alguma diarréia que se mantém durante cerca de um mês. Mais de metade dos doentes desenvolve então icterícia (pele e conjunctiva do olho amarelada devido à disfunção do fígado). Em 99% dos casos segue-se a recuperação e cura sem problemas.