Jornal Oeste

Morreu na madrugada desta quinta-feira (13) a paciente de 28 anos que estava internada com a "superbactéria" KPC, no Hospital Universitário Júlio Müller, em Cuiabá. Até o começo da tarde, a Vigilância Sanitária e o próprio hospital apenas confirmavam a existência do primeiro caso da doença na Capital. De acordo com o chefe de Serviços de Controle de Infecção Hospitalar, Francisco Kennedy, a mulher morreu em conseqüência de uma infecção generalizada. Segundo ele, hospital aguarda os resultados de exames. Segundo Kennedy, no exame onde constatou a presença da bactéria Klebsiella Pneunoniae lân (KPC), foi detectado como estando colonizada, ou seja, até então, não tinha chegado à corrente sanguínea da paciente. A mulher, cujo nome não foi revelado, estava internada no Hospital Regional de Sorriso (420 km ao Norte de Cuiabá), e foi transferida para Cuiabá no dia 6 passado, em estado grave. "Como é rotina do hospital, fizemos uma bateria de exames e foi confirmada a presença da superbactéria nesta quinta-feira", afirmou Francisco Kennedy. De acordo com o responsável pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Júlio Muller, Marcos Antonio Godói, a unidade adotou todos os cuidados necessários para não transmitir a bactérias para outros pacientes. "A paciente ficou na UTI, em um departamento isolado. Todos os cuidados foram tomados. Os outros seis pacientes que estão internados na UTI foram examinados hoje e não foi encontrada a presença da bactéria KPC", afirmou Godói. Os médicos informaram que familiares de pacientes que estão internados no hospital podem ficar despreocupados porque a bactéria não está no hospital. "Além disso, como garantia, foi interrompido o encaminhamento de pacientes para a UTI e, durante sete dias, uma desinfecção será feita no local", disse o médico. Secretaria de Saúde Em entrevista ao MidiaNews, o superintendente da Vigilância da Saúde em Mato Grosso, Oberdan Ferreira, disse que todos os cuidados também estão sendo tomados no Hospital Regional de Sorriso, para evitar novas contaminações. "Ainda não sabemos se a paciente pegou a bactéria em Sorriso ou durante a transferência para a Cuiabá. Por isso, uma desinfecção também está sendo feita no hospital, além de exames em todos os pacientes", disse Ferreira. A Secretaria de Saúde também alertou para que os acompanhantes de todos os hospitais de Mato Grosso para levarem em conta orientação dos médicos para evitar ou diminuir o contato com pacientes. "Seja qualquer for o tipo de infecção, o maior índice de contaminação de pacientes ocorre a partir de contatos com pessoas externas.", informou o superintendente. Saiba o que é KPC A Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), é um mecanismo de resistência de bactérias a um grupo de antibióticos. Ao adquirir uma enzima, a bactéria se tornou resistente a um grupo de antibióticos, incluindo os mais potentes contra infecções. Os principais sintomas são pneumonia e infecção urinária. Ela atinge principalmente pessoas hospitalizadas com baixa imunidade, como pacientes de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A bactéria pode ser transmitida por meio do contato direto, como o toque, ou pelo uso de objetos. A lavagem das mãos é uma das formas de impedir a disseminação da bactéria nos hospitais. Ao entrar no hospital, se acompanhante ou visitante de doentes, lave as mãos com água e sabão e, em seguida, passe álcool. Se tocar no paciente, repita imediatamente o procedimento. Evite contato físico com outros doentes e, se houver, não se esqueça de higienizar as mãos. Evite tocar em macas, mesas de cabeceira e equipamentos hospitalares. Havendo contato, lave as mãos antes de encostar de novo no doente. Entre os remédios ineficazes estão as carbapenemas, uma das principais opções no combate aos organismos unicelulares. Remédios como as polimixinas e tigeciclinas ainda são eficientes contra esses organismos, mas são usados somente em casos de emergência como infecções hospitalares. Lembrando, que você deve procurar um médico antes de tomar qualquer medicamento.