Jornal Oeste

Técnicos da Vigilância Sanitária Estadual interditaram, por tempo indeterminado, o serviço de coleta de sangue da Unidade de Coleta e Transfusão (UTC) do Hospital Regional de Cáceres. A interdição ocorreu no dia 20 de dezembro após a constatação de inúmeras irregularidades no setor. Apesar da alta procura do final do ano, nenhuma gota de sangue foi coletada na unidade. A direção da UCT não dá maiores detalhes sobre a interdição. Porém, as informações são de que a aparelhagem disponível no local é obsoleta e o local de armazenagem do sangue coletado estaria em estado precário. Apesar da gravidade, a direção do hospital minimiza o problema. “Na verdade faltam apenas alguns equipamentos” resume o administrador Jonas Ribeiro, afirmando que “já estamos trabalhando para sanar as irregularidades e creio que até o final do mês a UTC estará em funcionamento”. A situação é preocupante porque, em condições normais a UTC produz apenas 50% do sangue necessário para atender a demanda de pacientes nos hospitais. Antes da interdição era coletado, em média, diariamente, 8 bolsas de sangue, de 300 MLs, enquanto que seriam necessárias, entre 16 a 20 bolsas, dependendo do volume de pacientes internados. A revelação é da direção do próprio UTC. Para cobrir a diferença o órgão tem que recorrer quase que, semanalmente, nos bancos de sangue de Cuiabá. A precariedade do sistema vem de há muito tempo. Em janeiro do ano passado, em entrevista ao Jornal Expressão, a direção da UTC afirmou que haviam doadores suficientes. Porém, faltavam equipamentos, principalmente, para armazenagem de plaquetas – composto de sangue que tem duração entre 24 e 48 horas de utilidade. “A estrutura do nosso banco de sangue é acanhada. Aqui só se faz concentrado de hemáceas. As plaquetas têm que vir de Cuiabá porque não dispomos de equipamentos de armazenagem”, afirmou à época uma diretora assinalando que, além de Cáceres, o banco de sangue do Hospital Regional atende pacientes dos 23 municípios da região. Disse que a situação se complica ainda mais, nos dias após os feriados prolongados. Observou que além dos pacientes normais, geralmente após os finais de semana, ou feriados prolongados, ocorrem acidentes e, automaticamente, aumentam as procuras e diminuem as ofertas. “Nos feriados prolongados aumentam as procuras e diminuem as ofertas. Nesse período diminuem os doadores. Temos que recorrer a Cuiabá para resolver o problema”. Para suprir a demanda, seriam necessários, em média, mensalmente, conforme a enfermeira, cerca de 100 litros. Coleta-se menos de 50 litros.