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04/01/2011 - 10:17

Pedro Henry articula para colocar afilhado na Câmara de Cuiabá

Por Romilson Dourado/RDNEWS

O emblemático Pedro Henry quer mais. Dois dias depois de assumir a secretaria de Saúde, dona de um orçamento de R$ 949,3 milhões, o terceiro maior da estrutura do governo estadual, e de levar o deputado estadual Antonio Azambuja para a pasta de Esporte e Lazer, ele entrou na briga por indicação à presidência do Instituto de Terras do Estado (Intermat). Quer no comando do órgão o vereador Deucimar Silva, que acaba de deixar a presidência da Câmara da Capital. Ambos são do mesmo PP. A estratégia de Henry não seria nem tanto contemplar Deucimar, mas permitir abertura de vaga no legislativo cuiabano para o primeiro-suplente Marcus Fabrício, filho de Gilson de Oliveira, velho aliado do agora secretário. "Bancado" por Henry, Gilson foi adjunto da secretaria de Infraestrutura do governo Blairo Maggi por um bom tempo. São parceiros nas campanhas eleitorais. Esta não é a primeira tentativa de Henry em atender Deucimar e Fabrício. Na corrida por cargos de primeiro escalão, ele havia sugerido o nome do ex-presidente da Câmara para a pasta das Cidades, mas o PMDB entrou na disputa e emplacou o nome de Nico Baracat. Agora a briga pelo Intermat se acirrou mais ainda. Antes de Henry, três grupos já disputavam o órgão que tem orçamento de R$ 15 milhões e é responsável, entre outras coisas, pelo processo de regularização fundiária. O deputado Carlos Bezerra, cacique do PMDB, avisa que não abre mão de indicar para o cargo o seu afilhado Clovis Cardoso, hoje adjunto de Agricultura Familiar. Gilmar Fabris, deputado derrotado à reeleição, começou a fazer lobby junto à direção do DEM para fechar aliança com o Palácio Paiaguás e, assim, reforçar o seu nome para o Intermat. Já o presidente Afonso Dalberto se articula, com apoio do deputado Wagner Ramos, na esperança de permanecer no posto, embora o governador já tenha sinalizado que não o deseja na equipe. Atropelos Pedro Henry é daqueles que tentam patrolar quem surge a sua frente como obstáculo. Mesmo sob desgaste político, conseguiu sobreviver politicamente a escândalos envolvendo o seu nome. Na campanha de 2010, concorreu a novo mandato, teve mais de 80 mil votos e só conseguiu entrar como reeleito após embates jurídicos porque tinha sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Numa composição com o governo, ele assumiu a Saúde e ainda levou para o Executivo um de seus aliados da região da Grande Cáceres, deputado Azambuja, que assumiu a secretaria de Esportes. Há possibilidade de Henry assegurar espaço para mais um no governo, que seria Deucimar. E, assim, os caciques vão "abocanhando" cargos na máquina estatal.
 
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