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14/12/2010 - 23:28

Suspeitas marcam formação do staff da 2ª gestão

Por Bruno Garcia/Midianews

O governador reeleito Silval Barbosa (PMDB), pelo visto, deve enfrentar problemas para formação de sua nova equipe de trabalho. A tendência é de que falte espaço para agradar a todos os aliados de primeira hora. Além disso, o peemedebista se vê em uma situação delicada, já que parte dos seus indicados apresenta pendências junto à Justiça ou é suspeita de envolvimento em escândalos, os mais diversos. Liderando essa lista dos nomes com pendências judiciais está o deputado federal Pedro Henry (PP), cotado para assumir um cargo de primeiro escalão na gestão Silval Barbosa. Ele está envolvido em escândalos nacionais como o "Mensalão" e a "Máfia das Sanguessugas". Para completar, ele é considerado "ficha suja" pela Justiça Eleitoral e responde a vários processos por formação de quadrilha, corrupção, lavagem de dinheiro, peculato, improbidade administrativa, entre outras. Pedro Henry, que aguarda uma definição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em validar ou não seus 81.454 na disputa a recondução a Câmara Federal - o que lhe garantiria uma vaga como deputado federal -, porém vem se articulando para assumir a Secretaria de Saúde. Algumas análises apontam que as chances de Henry rever seus votos são mínimas e, para não ficar fora do poder, já estaria se articulando para fazer parte da gestão Silval Barbosa. Suposta lesão ao erário Outro que enfrenta problemas com a Justiça e é cotado para assumir um cargo de primeiro escalão é o desembargador aposentado Paulo Inácio Lessa. A cogitação é que ele venha a comandar a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, criada recentemente com o desmembramento da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Lessa responde a duas ações na Vara Especializada de Ação Civil Pública e Ação Popular, por suposta lesão ao Erário, na época em que presidiu o Tribunal de Justiça de Mato Grosso, entre 2007 e 2008. Ele é acusado de autorizar pagamento de créditos irregulares a um grupo de servidores do Judiciário, incluindo sua esposa, Déa de Barros Lessa, e seu filho, Fábio Helene Lessa. Os valores ultrapassam R$ 22 milhões. Cotado para assumir a Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana, pasta criada com o desmembramento da Secretaria de Infraestrutura, o deputado federal Wellington Fagundes (PR) foi denunciado por participar de uma suposta organização criminosa especializada em fraudar licitações de obras públicas. Segundo depoimento de um acusado à Polícia Federal, que investigou o caso, Wellington Fagundes e o prefeito de Barra do Garças, Wanderley Farias (PR), receberiam 20% do valor das obras feitas dentro do esquema, desarticulado pela PF, em 19 de novembro, durante a Operação Atlântida. O esquema teria lesado os cofres públicos em R$ 38 milhões. No total, 26 pessoas foram presas. Confirmado no comando da Casa Civil, o secretário-chefe Eder Moraes tem o nome ventilado como possível integrante do esquema que lesou os cofres públicos em R$ 44 milhões, por meio da compra superfaturada de 705 maquinários e caminhões, no programa "MT 100% Equipado". O Ministério Público Estadual (MPE) abriu duas ações civis públicas contra os ex-secretários Vilceu Marchetti (Infraestrutura) e Geraldo de Vitto (Administração) e os empresários, porém não descarta a participação de outros secretários. Sabe-se que Moraes participou ativamente de todo o processo licitatório mas, até agora, não houve elementos concretos para que ele fosse citado, segundo o promotor Mauro Zaque, nas ações civis públicas apresentadas. Por último, conforme MidiaNews revelou ontem (13), com grandes possibilidades de assumir o comando da Secretaria de Estado de Cultura, o deputado estadual João Malheiros (PR) já foi alvo de várias denúncias. Principalmente quando esteve na presidência da Câmara de Vereadores de Cuiabá, nos anos de 2001/2002, antes de se eleger para a a Assembleia Legslativa. As denúncias envolvem supostas fraudes em licenças médicas, desvio de recursos da Câmara Municipal e contratação de funciónários fantasmas, além de pagamento ilícito de diárias, quando era secretário-chefe da Casa Civil, na primeira gestão de Blairo Maggi. Malheiros seria da cota do PR. O governador deve anunciar a composição do secretariado no próximo dia 20. No dia 16 (quinta-feira), às 19h, ele será diplomado, juntamente com o vice-governador eleito Chico Daltro (PP).
 
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