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12/12/2010 - 11:04

Congregação do Brasil afirma que ancião que esfaqueou a filha não é evangélico

Por Jornal Expressão

Diretores da Congregação Cristã do Brasil reagiram com indignação a informação prestadas pelo aposentado Ursolino de Souza Pereira, 77 anos, autor da tentativa de homicídio contra a filha, Marilina Gomes Pereira, 22 anos, de que seria evangélico da referida igreja. “Esse senhor há muito tempo deixou de pertencer a nossa congregação, exatamente por praticar atos que afrontam o nosso estatuto” afirmou o presidente da CCB, em Cáceres, Emídio Cardoso da Costa. Enciumado, Ursolino esfaqueou a própria filha ao tomar conhecimento de que ela havia encontrado um pretendente e iria se casar. O caso que abalou a opinião pública aconteceu no dia 4. Porém, só tornou público no decorrer da semana após vizinhos informarem ao Jornal Expressão. No entendimento de diretores da Congregação do Brasil em Cáceres, embora Pereira tenha demonstrado arrependimento, a conotação é de que ele teria mentido, informando ser evangélico, para amenizar a gravidade do fato. “Não podemos afirmar, com certeza. Mas, o que dá a entender é que ele tenha mentido, afirmando ser evangélico, para amenizar a gravidade do crime” acrescenta o secretário da congregação, Antônio Carlos Jorge ressaltando que “um evangélico, principalmente, da nossa congregação, jamais poderia atendar contra a vida de ninguém, muito menos da própria filha”. Além da indignação dos evangélicos da Congregação Evangélica, a situação criminal de Pereira começa a complicar. A delegada especializada da Defesa da Mulher, Alessandra Marques Ferronato, diz que, em depoimento, a filha confessou a agressão. Informou que já requereu medidas protetivas em favor da vítima. E, que, com a medida, Ursolino terá que deixar a casa e não poderá aproximar mil metros da filha. A delegada, explicou ainda que, embora o agressor seja de idade avançada ele poderá ser preso. “Ele pode ser preso. A idade avançada só atenua a pena” diz acrescentando que “a prisão só ainda não foi requerida porque ele oferece perigo à vítima”. Ao justificaram a indignação com a afirmação do aposentado, os administradores da Congregação Cristã no Brasil, citam o Art. 9º do Estatuto, onde diz que: a CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL não se responsabiliza pelos atos praticados por qualquer dos seus membros. Para os dirigentes do Ofício Ministerial, Ursolino não freqüenta a igreja há muitos anos e o mesmo se enquadra no Segundo Evangelho São João, Capítulo 06, Verso 22 ao 59, trecho esse que desliga desta entidade religiosa, reforça Antônio Carlos. Entenda o caso: Possivelmente por ciúme, o ancião Ursolino Pereira, desferiu vários golpes de faca contra a própria filha. O caso aconteceu na noite de sábado. Porém, só veio a público no decorrer desta semana quando vizinhos procuraram o Jornal Expressão para denunciar a agressão. De acordo com relato de um dos filhos do ancião, o pai teria mentido que iria a igreja. Chegou a sair de casa, mas ficou próximo ao local esperando a volta da filha que também teria ido ao culto. No retorno de Marilina, por volta das 23h, segundo a família, ele já estava no interior da residência. Quando, por uma discussão banal, ele desferiu os golpes. Em um dos golpes, ela só não foi acertada, em cheio nas costas, porque desviou com o braço. Apesar dos ferimentos ela ainda teve forças para correr e chegar na casa do noivo, a 200 metros do local. Após tentar matar a filha, o ancião, conforme a família, teria tentado se suicidar, desferindo várias facadas no próprio corpo. Marilina foi socorrida pelo noivo até o Pronto Atendimento; enquanto que Ursolino foi levado para o local, pelo Corpo de Bombeiros. O fato foi presenciado por três irmãs da vítima, de 14, 12 e 10 anos, além do filho de Marilina, um menino de 6 anos, neto de Ursolino. De acordo com comentários de vizinhos e até um familiar, o relacionamento entre pai e filha era suspeito. Um dos filhos chegou a dizer que “a maneira do meu pai tratar a minha irmã sempre diferente. Ele queria que Marilina estivesse sempre ao seu lado” diz acrescentando que “todas as outras filhas se casaram e ele nunca disse nada. Mas com ela, ele não aceitava” afirmou. Marilina nega qualquer relacionamento mais íntimo com o pai. Ela diz que vivia próximo dele porque o ajudava no tratamento de saúde. “Eu vivia próximo porque tratava da saúde dele. Ele é muito doente” garante. Ursolino diz que não se lembra de nada no dia do fato. “Eu só lembro que me apareceu na frente, uma espécie de bezerro branco. Não me lembro de mais nada. Não sei o que ouve” afirma dizendo estar muito arrependido do que fez.
 
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