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04/12/2010 - 07:59

Natalino diz que Cáceres passou por momentos desfavoráveis, mas está em fase de recuperação

Por CAROLINA HOLLAND

Cáceres está prestes a se tornar Patrimônio Cultural Brasileiro. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) vai apresentar a proposta de tombamento do conjunto urbanístico e paisagístico do município pantaneiro na próxima quinta-feira ao Conselho Executivo do Patrimônio Cultural, no Rio de Janeiro. Cáceres já é Patrimônio Cultural Histórico de Mato Grosso.

O município está tombado de forma provisória desde o dia 31 de agosto. “Mas a partir do dia 9, esse processo será concluído e Cáceres será tombada de forma definitiva”, garante o superintendente do Iphan em Cuiabá, Cláudio Conte. “Quando a proposta é apresentada para o Conselho Executivo, é porque será aprovada”, afirmou.

Para o superintendente, a importância de Cáceres no processo da ocupação do Centro-Oeste brasileiro e a arquitetura da cidade, chamada por ele de “traçado xadrez”, foram decisivos para o tombamento da cidade como patrimônio histórico.

O Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan (Depam) destacou os valores históricos, urbanísticos e paisagísticos de Cáceres e a necessidade de proteção do município. Ainda segundo o Depam, a cidade merece destaque no incremento da comunicação entre Vila Bela da Santíssima Trindade e Cuiabá e com a Capitania de São Paulo, pelo rio Paraguai.

O historiador cacerense e membro da Academia Mato-grossense de Letras Natalino Ferreira Mendes, que se considera um admirador da região, disse que ficou feliz e otimista com a escolha. “Tudo indica que há um futuro promissor para a área e esse tombamento é muito importante. O município passou por momentos desfavoráveis, mas está em fase de recuperação”, afirmou.

Cáceres foi fundada em 1778 (com o nome São Luís de Cáceres) por causa da necessidade de defesa e incremento da fronteira sudoeste de Mato Grosso, a comunicação entre Vila Bela da Santíssima Trindade e Cuiabá e, pelo rio Paraguai, com a capitania de São Paulo.

Desde a fundação, foi importante para a definição de fronteiras entre terras portuguesas e espanholas e foi fundamental para a defesa da fronteira entre o Brasil e a Bolívia, representando documento da história urbana do país.

O município tem atualmente extensão territorial de 24,3 mil quilômetros quadrados, mas chegou a ter 40 mil quilômetros quadrados antes da emancipação de vários municípios, como Mirassol D’Oeste, Jauru, Pontes e Lacerda, Figueirópolis e Araputanga, que faziam parte de seu território.
 
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