Jornal Oeste

O combate ao crime organizado no Rio de Janeiro terá reflexo na fronteira Brasil/Bolívia, através de Cáceres, com a redução, momentânea, do tráfico de drogas. A avaliação é do juiz Alex Nunes de Figueiredo.

"No primeiro momento haverá uma redução considerável do tráfico. Depois, certamente, voltará. Esses criminosos se reorganizam com muita rapidez. Geralmente migrando para outros locais menos policiados".

Levantamento feito pelo Grupo Especial de Fronteira (Gefron) e Polícia Federal estima que cerca de 5 toneladas de droga passem, mensalmente, por Cáceres.

O juiz Alex ressalta que a alternativa mais eficaz para, pelo menos, diminuir o narcotráfico no país, seria o fechamento, por tempo indeterminado, das fronteiras, principalmente com a Bolívia e o Paraguai.

"Não existe mágica. A alternativa mais viável para reduzir o tráfico de drogas no país é fechar as fronteiras com os países produtivos, especificamente Paraguai e Bolívia. Se for realizado um trabalho consistente nesse sentido, haverá uma redução do tráfico em todo país".

Figueiredo avalia que, com as prisões de vários traficantes e apreensão de toneladas de entorpecentes nos morros cariocas, a droga deverá ficar mais difícil e com valor duplicado. Por isso, segundo ele, as Polícias e autoridades devem redobrar a atenção na fiscalização. "É a lógica. Se há escassez, certamente o preço aumenta. Diante disso, não há dúvida de que haverá maior procura e, consequentemente, os traficantes irão correr todo tipo de risco para adquirir o produto".