Jornal Oeste

“Cáceres não está entre os municípios em situação de risco devido a dengue. Estamos hoje com um índice de infestação de 1,8 %, que nos coloca em situação de alerta, não de risco. No ano passado, nessa mesma época, o índice era de 4,7%, havia 15 municípios brasileiros em situação de risco e Cáceres estava entre eles. Foi uma epidemia. Este ano antecipamos ações para tentar minimizar o problema o quanto for possível. Mas precisamos do envolvimento de toda a população nas ações preventivas. A dengue é responsabilidade de todos”. A informação é da bióloga Arlene Alcântara, coordenadora de Vigilância em Saúde do município. Segundo ela, Cáceres ainda não registra casos graves de dengue. ” Até agora, foram notificados apenas três casos de dengue clássica, sem complicações e sem internações hospitalares.Em novembro do ano passado, 1.200 casos foram notificados, e no decorrer do ano todo foram 3.098 casos registrados oficialmente, 567 internações, 288 casos de dengue graves e seis óbitos. Na segunda-feira, 15, faz um ano que ocorreu o primeiro óbito do ano passado, que vitimou uma professora grávida e a crianças que estava para nascer. “ O quadro assustou –lembra Arlene- e hoje a população tem consciência da gravidade da doença, assim como sabe da importância de participar ativamente no combate a doença. Em 2010, de janeiro até agora, houve 1.290 notificações, a maioria no primeiro trimestre.” A declaração da coordenadora foi feita devido a uma matéria veiculada pelo Ministério da Saúde, informando que Cáceres está em situação de alerta para a dengue. A matéria foi fonte de informação para a mídia, e alguns informativos registraram que o município se encontra em situação de risco, “o que é um equívoco –diz Arlene- mas em alerta estamos sim, e com várias ações de combate e prevenção em andamento. Algumas delas, inclusive, são ininterruptas, como o trabalho dos agentes de saúde, que é diário e acontece o ano todo, sendo intensificado nesta época do ano, quando ocorre o período chuvoso. Eles fazem o trabalho de campo, de casa em casa, com enfoque para a orientação à população e a remoção dos criadouros. “Estávamos com um índice de infestação predial de menos de 1%. Com o início das chuvas, este índice subiu para 2,4% há três semanas, mas as ações contínuas já fizeram baixar para 1,8%, o que já caracteriza médio risco, e só não está maior porque realizamos um mutirão de limpeza em toda a cidade, no período de 20 a 25 de setembro, quando foram retiradas 75 toneladas de lixo. E no dia 27 de setembro, realizamos uma capacitação para médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, com a participação de 160 profissionais. A próxima ação será no dia 26 deste mês, com a realização de um pit stop”. O levantamento do índice de infestação que apontou o percentual de 2,4% foi realizado no município seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde., dentro da avaliação nacional das informações sobre infestação por larvas do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. A avaliação revela que, novamente, 15 municípios estão em risco de surto da doença no Brasil, incluindo duas capitais. “Mas este ano Cáceres não está entre elas”. Para a execução do Levantamento do Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), a cidade foi dividida em quatro extratos, que abordou 54 bairros, 2.012 quarteirões e 43.446 imóveis. A amostra do Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti foi o resultado de 1.728 imóveis trabalhados. Arlene informa que o município está seguindo à risca as diretrizes do Plano de Contingência para o combate a dengue. “Muitas ações foram realizadas. Uma passeata feita por estudantes de várias escolas, unidades de saúde e as crianças do Projeto Som da Lata marcou o Dia de Combate a Dengue, na sexta-feira da semana passada, dia 5. Arlene Alcântara, frisou que o mais importante foi o engajamento e a mobilização dos participantes, mesmo com a chuva que caia na cidade. O objetivo da ação foi alertar a população sobre os riscos da dengue, especialmente no período chuvoso que se inicia. O prefeito Túlio Fontes e a secretária municipal de Saúde, Maria Luíza Vila Ramos de Faro, participaram da passeata. Preocupado com a questão, o prefeito tem feito um alerta sobre a dengue em todas as ações que participa.