Jornal Oeste

O assassinato do comerciante Igor Cáceres Dan, pelo ex-presidiário Hugolino Corbelino Neto será reconstituído. O juiz criminal Carlos Roberto Barros de Campos, responsável pelo processo, acatou pedido da defesa do empresário Irineu Silveira da Cruz, o “Irineu das Farmácias” - preso sob acusação de envolvimento – para que seja realizada a reconstituição, no sentido de dirimir possíveis dúvidas a respeito do crime que causou grande repercussão no município. A idéia, conforme o advogado Cláudio Palma Dias, será “esclarecer a verdade”. Igor Dan foi assassinado, na madrugada do dia 7 de maio, alvejado por três tiros de pistolas efetuados a queima-roupa por Hugolino Neto. A justiça confirma o agendamento da reconstituição, só não revela a data. Sabe-se, no entanto, que será realizada ainda no mês de novembro, no mesmo local e horário em que aconteceu a execução, com a participação de todos os envolvidos.·. “Só queremos esclarecer a verdade. A reconstituição do crime, certamente, irá proporcionar melhores esclarecimentos do fato para que tenhamos um julgamento justo” afirmou Palma. De acordo com o advogado, existem muitos depoimentos desencontrados que estariam dificultando uma melhor visualização da cena, para que a justiça e a defesa possam melhor desempenhar suas respectivas funções. Mesmo negando a dar maiores informações sobre a estratégia da defesa, a intenção será provar a inocência do réu. Conforme testemunhas, Irineu das Farmácias teria emprestado uma pistola, para que Hugolino efetuasse os disparos contra Igor Dan. O crime que abalou a opinião pública ocorreu na madrugada do dia 7 de maio nas dependências do Posto Guará, na avenida Sete de Setembro. Conforme a polícia, Hugolino e Igor discutiram por causa de um mendigo conhecido por “Cigano” que teria pedido alguns trocados à Hugolino para comprar comida. As informações são de que Igor teria se revoltado com Hugolino por ele ter agredido o mendigo com um murro. E, após a discussão, Hugolino teria disparado três tiros contra Igor. Dos três tiros, um teria acertado o rosto, outro o abdome e o terceiro o ombro da vítima que teve morte instantânea. Após praticar o crime, Hugolino teria empreendido fuga em uma motocicleta. Há informações de que, na fuga ele teria atirado contra uma guarnição da PRF. E, em seguida refugiado em um sitio, na localidade da “Baia Negra”, mas foi “entregue” pelo proprietário. O homicida foi preso, há menos de três horas depois do crime. Junto com ele estavam o empresário Irineu das Farmácias e Danilo Gustavo. Conforme a ocorrência policial, após a prisão e durante busca na residência de Irineu das Farmácias, foram encontrados uma pistola, três aparelhos de telefone celular, uma quantidade – não revelada quantia – de dinheiro, luvas de borracha, fitas adesivas, chaves de vários veículos, documentos e um papelote supostamente de pasta base de cocaína. Hugolino teria admitido o crime. Porém, para conseguir a liberdade do cliente a defesa alegou que ele teria problemas mentais. Á época o advogado Anderson Nunes de Figueiredo chegou, inclusive, a sugerir ao Ministério Público que Hugolino fosse submetido a exame de sanidade mental. O pedido foi negado. “Eu não vejo nenhum indício de insanidade mental. Entendo que ao assassinar a vítima ele agiu em plenas faculdades mentais” argumentou à promotora Januária Bulhões. O juiz Geraldo Fidelis Neto acompanhou o argumento do MP. Tráfico de drogas Além da prisão por envolvimento na morte do comerciante Igor Dan, Irineu das Farmácias também teve a prisão preventiva decretada, dias após o crime, por tráfico de drogas, durante a Operação Re-volver, desencadeada pela Polícia Federal, para combate ao tráfico de entorpecente em cinco estados brasileiros. A justiça expediu 32 mandados de prisão e 20 de busca e apreensão. Á época, Irineu foi apontado como um dos líderes da quadrilha. Entre os mandados de busca estavam o de Danilo Gustavo, também citado como envolvido na morte de Igor.