Jornal Oeste

Quem sempre tem que ir ao mercado fazer compras para casa já percebeu como está salgado o preço do açúcar. Um pacote de dois quilos de açúcar cristal que era vendido por uma média R$ 2,30 no final de setembro pulou para R$ 3,40 nos últimos dias de outubro. Um aumento de quase 50%. Em alguns mercados o produto é encontrado até por R$ 4. Segundo o presidente da Associação dos Supermercados de Mato Grosso (Asmat), Cássio Catena, o aumento vem sendo uma rotina nos últimos dois meses. Além da época ser de entressafra, ele lembra que a produção este ano também foi menor, ou seja, tudo contribui para a alta do preço ao consumidor. Catena frisa que os supermercadistas não podem fazer nada, a não ser repassar a alta que recebem da indústria. Ele diz ainda que como Mato Grosso tem produção local, os supermercados não costumam fazer grandes estoques. O resultado disso é que o preço nas prateleiras está diferente (para cima) quase toda semana, sempre que são renovados os estoques. E, por enquanto, não há previsão de redução do preço. Indústria O diretor executivo do Sindicato da Indústria Sucroalcooleira de Mato Grosso (Sindalcool), Jorge dos Santos, destacou que o açúcar hoje é uma commoditie com forte presença internacional e a Índia, maior produtor, retirou 6 milhões de toneladas do mercado este ano, causando um desequilibrio. Além de deixar de produzir 3,5 milhões de toneladas, o país ainda comprou 2,5 milhões de t. "Como os países compradores apostam que as commodities que se planta e colhe sempre estarão à disposição a redução nos estoques causou grande impacto". Mas Santos frisa também que não acredita em alta do açúcar maior do que a verificada até agora. Segundo ele, se houver, já é especulação. Além disso, ele informa que a Índia já garantiu a volta da normalidade na produção a partir da próxima safra, o que deve ocorrer no segundo semestre do ano que vem.