Jornal Oeste

Alguns proprietários rurais da região de Cáceres produzem milho verde durante todo o ano. Esta semana, 120 lavradores estiveram reunidos no sitio Novo Amor, na comunidade de Barra Nova para conhecer novas tecnologias da cultura. Há 2 anos produzindo, os lavradores garantem a fabricação de pamonha e abastecem o mercado local. Uma vez por ano, no mês de março, a população regional se delicia com os subprodutos do milho em uma festa na comunidade de Caramujo. A Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) desenvolve um projeto de assistência técnica gratuita aos pequenos produtores tradicionais. Em Cáceres, o projeto inclui 120 famílias que vivem em 7 comunidades. Além do milho, os pesquisadores também estudam a pecuária leiteira, produção de capins e a cultura da mandioca. Segundo o pesquisador José Antônio Gonçalves é feita uma parceria entre produtor, Empaer e MDA para definir a tecnologia e montar uma unidade produtora de referência. Em Cáceres já foram implantadas 5, sendo 2 de pastagens, 1 de mandioca, 1 de capineira e 1 de milho irrigado. O produtor tem toda a assistência técnica e orientação para montar uma propriedade que se torne referência para os demais agricultores. No dia de campo do Milho Verde Irrigado que aconteceu no sitio de Rogério Belisario, o biólogo Douglas Castrilon mostrou passo a passo como se implanta uma unidade produtora. O engenheiro agrônomo Ademar Shogi Okada, especializado em irrigação mostrou os equipamentos necessários e também como se faz o manejo de uma área irrigada. Deu dicas e orientações para quem já trabalha com essa tecnologia. A última palestra foi feita por José Antônio que falou especificamente sobre a cultura. Ele abordou todas as etapas do cultivo incluindo análise de solo, manejo, tratos culturais e colheita. "O nosso objetivo é produzir o ano inteiro. Estamos há 5 meses sem chuva e só com a irrigação temos condições de produzir". A variedade utilizada para a pesquisa é AG1051, por ser mais adapta à região, embora haja outras espécies sendo experimentadas. A unidade produtora de mandioca também já tem resultados. José Antônio conta que a média de produção por hectare, em Mato Grosso, é de 35 toneladas. "Conseguimos colher até 65 toneladas por hectare". Também já há resultados de várias outras pesquisas. Na unidade produtora da pecuária leiteira, os resultados foram mostrados no primeiro dia de campo no início de outubro. O evento aconteceu na comunidade Vista Alegre, distrito de Horizonte D"Oeste. Foram apresentados animais geneticamente superiores com alta produtividade e tecnologia voltada para a pequena propriedade. O biólogo Douglas conta que pecuaristas da Associação dos Produtores Rurais de Vista Alegre (Aprovista), desenvolveram o rebanho bovino da raça leiteira gir PO (Puro de Origem) aumentando a produção de leite e o patrimônio genético. A pecuária leiteira também é uma boa opção para diversificar a atividade na pequena propriedade. Após colher os resultados dos estudos e dos experimentos feitos nas unidades produtoras, os técnicos da Empaer realizam os dias de campo para disseminar informações. O objetivo é ter dados para orientar o pequeno produtor, aumentar a produtividade e diminuir o custo de produção.