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31/10/2010 - 16:05

Safra de pequi deve ser maior, apesar da forte estiagem no Estado

Por MARCONDES MACIEL

Mesmo com a estiagem prolongada e a ocorrência de queimadas em várias regiões do Estado este ano, a safra 10/11 de pequi deverá ser um pouco maior em relação à produção deste ano. De acordo com a Sociedade Mato-grossense de Fruticultura, a florada está começando e a expectativa é de que a safra apresente atraso devido à demora da chegada das chuvas na primavera deste ano. “O receio que tínhamos de que as queimadas pudessem prejudicar a florada, já não existe mais, pois as árvores estão iniciando a florada e muitos pés já estão inclusive com brotos da fruta”, afirma o presidente da Sociedade Mato-grossense de Fruticultura, Duílio Maiolino Filho. Até mesmo na região da Chapada dos Guimarães, onde as queimadas atingiram grande parte do Cerrado, a safra não deverá apresentar queda. Segundo ele, Mato Grosso produz cerca de 400 toneladas de pequi a cada safra. A produção, contudo, não chega a atender 10% da demanda regional, em torno de 5 mil toneladas por ano. Mato Grosso possui atualmente cerca de 20 produtores – a maioria concentrada na região da Baixada Cuiabana – e a produção oriunda da área de cultivo está em torno de 60 toneladas, com produtividade média de 1 tonelada por hectare. Duílio Maiolino, que é também produtor de pequi na região da Baixada Cuiabana, diz que a atividade é rentável – cerca de R$ 3 por quilo – não dá muito trabalho e as despesas com a manutenção das plantas são mínimas, em muitos casos chegando a zero. Maiolino aposta no crescimento da atividade no Estado. “O pequi é uma fruta bastante consumida na região e o que produzimos ainda está longe de atender as nossas necessidades. Vale à pena investir nesta cultura”, diz. PREÇOS – Em algumas ruas centrais de Cuiabá, feiras livres e até em supermercados já é possível encontrar o pequi à venda para consumo. A fruta, nesta época do ano, vem de Goiás, que produz um pouco mais cedo e, por isso, é vendido a preços “salgados”, variando atualmente de R$ 4 a R$ 5 o “litro”. Mas o litro já chegou a ser vendido por até R$ 8, ou R$ 3 a dúzia, na primeira semana de outubro. “Realmente, nesta época do ano os preços costumam estar nas alturas porque o pequi vem de longe”, admite o vendedor ambulante Marto Alves da Silva, que faz “ponto” em uma esquina da Rua 13 de Junho, na Praça Ipiranga. Ele diz que vende em média 50 quilos de pequi por dia. O autônomo tem dois filhos, mora no bairro Alvorada e garante que consegue manter a família só com a renda oriunda da venda de pequi. “Faço em média R$ 50, livre de todas as despesas”, diz. NUTRITIVO - Além do aroma que o transforma em condimento no preparo de diversos pratos, o pequi - cuja safra é de outubro a janeiro - contém uma grande quantidade de óleo instaurado, que não faz mal ao organismo nem provoca aumento no colesterol. É também rico em vitaminas A, C e E, em sais minerais (fósforo, potássio e magnésio) e em carotenóides, que evitam a formação de radicais livres no corpo e previnem tumores e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. "A grande quantidade de óleo presente no fruto (mais de 60%) ajuda a conservar as vitaminas e os sais minerais, mesmo depois do cozimento", afirma o biólogo César Grisólia. Mas, para quem acha que a palavra "óleo" não pode fazer parte do vocabulário da alimentação saudável, a nutricionista Maria Margareth Veloso Naves esclarece: "Muita gente usa o óleo do pequi para cozinhar alimentos. Seu óleo é muito rico em ácidos graxos instaurados”. O único alerta é para quem está preocupado com a balança. "A polpa do pequi é altamente calórica" e por isso seu consumo deve ser moderado.
 
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