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31/10/2010 - 14:39

Túlio Fontes pretende questinar o resultado do Censo em Cáceres junto ao IBGE

Por Jornal Expressão

A pesquisa do Censo 2010 será questionada pelo prefeito Túlio Fontes (DEM). Ele irá requerer junto ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informações detalhadas sobre o método da coleta de dados aplicado pelo instituto para chegar a algumas conclusões, como por exemplo, o elevado número de casas vazias, que segundo o IBGE, chegam a 4.210 no município. “Não estamos duvidando da seriedade da pesquisa do IBGE. Mas, também não podemos descartar que haja equívocos. Levantamentos da Secretaria de Ação Social asseguram que em Cáceres existe uma demanda reprimida muito grande de imóveis” enfatizou informando que está aguardando o resultado oficial da pesquisa para oficializar o pedido a direção do IBGE no Estado. Além do excesso de casas vazias, a contagem da população também é questionada. Neste ano, o número de habitantes foi de 83.370 contra 84.175 do Censo de 2007. Ou seja: 805 habitantes há menos que nos últimos quatro anos. O número de pessoas só será elevado de 84.175 para 86.485 porque o IBGE irá computar os possíveis moradores de 890 casas fechadas, onde não foi possível fazer o recenseamento. Pela estatística do instituto existem, em média, 3,2 moradores por domicílio. As previsões mais pessimistas eram de que o município estaria beirando a casa de 100 mil habitantes. A contagem contrariou, inclusive, o próprio IBGE, cuja estimativa de população, para efeito de Fundo de Participação dos Municípios (FPM) era de 87.261 habitantes. 776 moradores a menos, inclusive, da contagem incluindo as casas fechadas. A preocupação do prefeito é justificável. A apresentação de dados distorcidos sobre as características do município pode comprometer a viabilidade de recursos e execução de projetos por parte dos governos estadual e federal. “Ora como iremos pleitear junto aos governos estaduais e federais casas populares para a população mais humilde se as pesquisas do IBGE demonstram que existem moradias em excesso na cidade?” indaga lembrando que há fortes indícios de que tenha havido equívoco no recenseamento, uma vez que para se inscrever nos programas habitacionais, o cidadão tem que apresentar junto a Caixa Econômica Federal e ao município, vários documentos que compravam que ele não dispõe de moradia, caso contrário, não tem o cadastro aprovado. E, conforme o prefeito, apesar de vários novos núcleos habitacionais em construção em Cáceres, existem milhares de famílias na fila de espera. Todas devidamente comprovadas que não dispõe de casas para morar. A questão da construção das casas populares, conforme o prefeito é só um dos exemplos que podem ser dificultados, em caso de informações distorcidas sobre o Censo. Há ainda, segundo ele, uma série de fatores que podem comprometer a liberação de recursos, entre eles o FPM, cuja proporção do valor repassado, varia de acordo com o número de habitantes da cidade. Além do prefeito, o resultado do Censo em Cáceres é colocado em dúvida por vários representantes de entidades. Presidente do Clube de Dirigentes Lojistas (CDL) de Cáceres, o empresário Faustino Natal diz que “os números não batem, principalmente, no que se refere ao número de comércios desativados no município”. O vereador Alvasir Alencar, presidente do Conselho Municipal de Habitação, garante que existe um estudo que comprova um déficit habitacional em Cáceres de 7.600 unidades. A comerciante ainda que, após o encerramento do trabalho uma equipe irá rever todo o processo para “avaliar o grau de confiança do estudo”. Informou que o instituto mantém um bando de dados que mostra, em detalhe, o resultado da pesquisa em todos os bairros e comunidades da cidade. “Quem tiver alguma dúvida pode procurar o posto do IBGE. Lá temos um mapa com todos os dados para dirimir quaisquer dúvidas”. Na avaliação do coordenador, o número excessivo de domicílios vazios se deve, ao surgimento de vários núcleos habitacionais que embora não estejam habitados, entraram na contagem, e, sobretudo, as famílias dos bairros atingidos pelas enchentes, do início do ano, que abandonaram as casas. Assunção diz que a expectativa do número elevado de habitantes se justifica, principalmente, considerando o grande fluxo de movimento de pessoas de outros municípios na cidade, em razão da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Hospital Regional e da Caixa Econômica Federal. “Milhares de pessoas de outras cidades estão constantemente no município por estudarem na Unemat, para receberem atendimentos no Hospital Regional ou na Caixa Econômica. E, isso dá a falsa impressão do elevado número de habitantes, mas que não são contabilizados pelo Censo como moradores da cidade” O Censo Demográfico 2010, realizado pelo IBGE teve início no dia 1º de agosto em todo o pais. Na região de Cáceres o trabalho reuniu 77 pessoas que foram devidamente treinadas para todos os processos da contagem.
 
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