Notícias / Mato Grosso

12/10/2010 - 10:13

25 garimpeiros deportados pela Bolívia, dentre eles mato-grossenses, entraram no país por Cáceres

Por DHIEGO MAIA

O governo da Bolívia deportou os 25 brasileiros, dentre eles mato-grossenses, que se encontravam no país praticando há anos garimpagem ilegal. O grupo foi preso na última quinta-feira no povoado de San Ramón, pertencente à cidade boliviana de Santa Cruz, que também faz fronteira com Mato Grosso. Outros seis brasileiros foram presos. Já quatro deles, por ter filhos nascidos na Bolívia, irão permanecer no país e, para isso, já providenciaram a regularização dos documentos de nacionalidade boliviana. Já os outros dois vão responder na Justiça boliviana pelo crime de mineração ilegal. Até o fechamento da reportagem, a identificação de todos os envolvidos ainda não havia sido divulgada. O grupo permaneceu preso na Bolívia por quatro dias e foi liberado na tarde de anteontem, numa operação conjunta entre a polícia boliviana e a Federal, que no Brasil é a responsável pelo serviço de migração. Todos foram deixados na sede da Polícia Federal em Cáceres para checagem da documentação, procedimento padrão para verificar se não havia nenhum pedido de prisão em aberto. Após o procedimento, todos foram liberados. Não se sabe o destino que o grupo tomou. A reportagem entrou em contato com Polícia Federal. Um dos policiais que estava em plantão informou que a consulta à documentação do grupo foi realizada e as informações a respeito da identificação de todos eles não poderia ser repassada porque o setor de identificação estava fechado. A prisão dos brasileiros foi acompanhada de perto pelo Ministério das Relações Exteriores dos dois países. O Itamaraty divulgou notas à imprensa e garantiu aos familiares dos envolvidos que o grupo estava em segurança. Procurado pela reportagem, o cônsul da Bolívia em Mato Grosso, José Luiz Fuentes Penaranda, informou que a Bolívia foi benevolente com todos os envolvidos. “Eles estavam lá por muitos anos praticando extração ilegal de pedras preciosas e de madeira. Por vezes, o governo boliviano notificou a todos e pediu para que as ilegalidades parassem. A pena para tudo que cometeram foi a expulsão”, revela. Fuentes garante que as prisões não abalaram as relações bilaterais entre Brasil e a Bolívia. Se ficassem presos na Bolívia, os brasileiros iriam responder por garimpagem ilegal, uso indevido de terras e de recursos naturais. APREENSÕES - Operação da polícia boliviana também apreendeu uma retroescavadeira avaliada em R$ 1 milhão. Cerca de 15 garimpos que funcionavam na clandestinidade foram fechados. A suspeita é de que os empreendimentos não pagavam impostos ao governo boliviano pelas extrações de ouro e outras pedras preciosas. A maioria dos brasileiros presos no garimpo ilegal é de homens, mas segundo a Polícia Federal, existem mulheres. Esta é a primeira operação na fronteira entre Mato Grosso e a Bolívia de combate à garimpagem ilegal. É comum na região prisões pelo crime de tráfico de drogas.
 
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