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11/10/2010 - 08:02

Jornalista Eduardo Gomes fala sobre os 232 anos de Cáceres

Por Eduardo Gomes

EDITORIAL - CÁCERES 232 ANOS De vácuo Cáceres, a cidade mais charmosa e aconchegante de Mato Grosso completa hoje, 232 anos de fundação carregada de história e com o mérito bicentenário de guardiã da fronteira Oeste do Brasil. Terra de Albuquerque, berço da Unemat que é nossa instituição estadual geradora de conhecimento e ciência, ponto equidistante do Corredor Bioceânico Atlântico-Pacífico, ao lado da Bolívia e banhada pelo rio Paraguai que ali passa ficando, Cáceres recebe meu abraço neste dia de sua data magna e em todos os segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses e anos enquanto vida me der o Criador. Motivos para celebrar a data cacerense não faltam, por mais que ela seja empanada pela leviandade de sua classe política – com raras exceções – que insiste na obtusa empreitada de mantê-la sem um deputado estadual sequer para representar seus interesses coletivos na Assembleia e junto ao Governo do Estado. Cito “exceções”, mas de prático contra a pulverização de candidaturas somente vi um exemplo na eleição deste ano: o jovem tucano Márcio Lacerda saiu da disputa de deputado estadual em nome da sobrevivência política de sua terra, que ainda assim distribuiu votos aos seus incontáveis candidatos e aos paraquedistas de Cuiabá, outras cidades e até mesmo das antigas glebas do antigo império territorial cacerense, a exemplo de Araputanga, com Airton Português (PP), e Reserva do Cabaçal, com Ezequiel Fonseca (PP); somando-se a esses desatinos o apoio - possivelmente remunerado em sua maioria, para todos - recebido por Antônio Azambuja (PP), de Pontes e Lacerda, município daquela região. Desde 1994 quando elegeu José Lacerda, o Zezinho Lacerda, Cáceres nunca mais teve assento à Assembleia. Com isso tornou-se cidade sem representação política estadual. Não adianta criticar governador, porque administração nos regimes democráticos observa os princípios da divisão do poder político e a melhor resposta a esse tipo de crítica é amarga: todo povo tem o governo (nesse caso representação parlamentar) que merece. Lamento a situação política de Cáceres, que hoje é personificada na esfera parlamentar pelo deputado federal ficha suja Pedro Henry (PP), que briga nos tribunais em Brasília para assegurar sua reeleição embora condenado por tribunal colegiado por crime de improbidade administrativa. Cáceres precisa reunir os cacos para ter força que lhe permita brigar pela consolidação da Hidrovia Paraná-Paraguai, pela construção do porto de Morrinhos, pela efetivação da federalização (para BR-174) do trecho de Santo Antônio das Lendas à BR-070 e sua pavimentação, pela conclusão do asfalto na MT-343 para Porto Estrela e Barra do Bugres, pelo fortalecimento da Unemat e pela instalação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE). Que a dignidade do povo cacerense se sobreponha aos políticos e aos contratempos políticos . Que a data festiva dos 232 anos de fundação da nossa Vila Maria do Paraguay se transforme em data para se refletir sobre as mancadas políticas cometidas por cacerenses que voluntária ou involuntariamente marcaram ao longo das últimas eleições todos os gols contra que se possa imaginar. Que Cáceres se desenvolva, seja feliz apesar do vácuo de sua representação política. Eduardo Gomes de Andrade eduardogomes.ega@gmail.com
 
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