Jornal Oeste

Romilson Dourado RDNEWS Depois de 8 horas de uma tumultuada sessão, a Câmara Municipal de Pontes e Lacerda (a 450 km a Oeste de Cuiabá) cassou, por 6 votos e 2 abstenções, o mandato do vereador Lourival Rodrigues Morais, o Kirrarinha (DEM). Ele foi punido por quebra de decoro parlamentar. Há três meses, agrediu a repórter Márcia Pache, da TV Centro-Oeste (afiliada do SBT). As imagens da violência, reproduzidas em vídeo no Youtube, ganharam repercussão nacional e motivaram protesto. Kirrarinha é um parlamentar polêmico. É batizado de "valentão", daqueles que não levam desaforo para casa. A sessão começou às 15h e só terminou às 22h15 desta sexta. O processo possui quase 800 páginas. Com a cassação de Kirrarinha, a vaga no legislativo municipal deve ficar com o suplente Paulo Roberto, o Paulinho Tocha (PPS). O investigado tentou tumultuar a sessão. Levou dezenas de correligionários que, em poder de cartazes, ocuparam a sede da Câmara e fizeram manifestação do lado de fora, em defesa do democrata. Dos 9 vereadores, somente Guelo Pereira esteve ausente. Seis votaram pela cassação. São eles: o presidente Claudinei Sela (PMN), a primeira-vice-presidente Jalma de Freitas Ângelo (PP), o primeiro-secretário da Mesa Diretora Vanclei Carvalho (PV) e ainda Pedro Vieira (PT), Francisco Martins de Souza Filho (PTB) e Natalícia Inácio da Silva (PP). Os dois que se abstiveram de votar foram José Pereira Sobrinho (PR) e, curiosamente, o próprio Kirrarinha. O democrata perde a cadeira de vereador e, mesmo expulso do DEM, continua candidato a deputado estadual. Kirrarinha fez discurso, enaltecendo sua liderança. Tentou, sem êxito, convencer os colegas a não cassá-lo. Pagou com o mandato a agressão feita à repórter. Ela fazia uma gravação dentro do Cisc sobre depoimento do parlamentar, que responde a várias acusações. Quando tentou interrogá-lo, foi agredida com um soco no rosto. Foi a segunda vez que Kirrarinha agridiu jornalista. Em setembro de 2007, ele agiu com violência contra o repórter Celso Garcia, da afiliada da TV Record. Kirrarinha responde a outros processos. Um deles sustenta que teria desviado dinheiro público que seria para pagamento a Cristina Maria dos Santos, servidora de seu gabinete. Ele a obrigava a devolver 50% do salário. Em 2006 foi acusado de “incitar publicamente a prática de esbulho possessório”, por incentivar a invasão de casas populares prestes a serem entregues aos moradores contemplados. Reveja abaixo a agressão que culminou com a cassação: