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22/05/2009 - 00:00

Barriga de chope significa risco para o coração

Por Jornal Oeste

Plínio Teodoro Getty Images Aquela barriga de chope, cultivada há anos nas mesas dos bares com os amigos, pode significar algo muito ruim para o seu coração. E não estamos falando do coração no sentido da paixão por aquela gata que não te dá bola - e que toda vez que você conversa percebe que os olhos dela miram mais as suas, digamos, saliências abdominais do que os olhos. Um belo barrigão pode te colocar no grupo de risco das doenças cardíacas, a principal causa de morte no mundo. » vc repórter: mande fotos e notícias » Chat: tecle sobre o assunto Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 27% das mortes de homens ocorridas no mundo em 2004 - ano base da última análise da OMS - foram causadas por algum tipo de doença cardíaca. O médico Luiz Antônio Machado César, vice-presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, explica que o acúmulo de gordura na região do abdome modifica as lipoproteínas, ocasionando um aumento do chamado colesterol ruim (LDL) no organismo. "Este fator, entre outros, desencadeia a aterosclerose, que influencia no desenvolvimento de doenças cardíacas". Segundo ele, a saliência abdominal é o único indicador visual de que uma pessoa pode desenvolver alguma doença cardíaca. "Homens com cintura maior que 90 centímetros estão no grupo de risco dos potenciais pacientes cardíacos. Além disso, o aumento da pressão arterial, além de alguns hábitos como o fumo e o sedentarismo, colocam as pessoas neste grupo". Obesidade Considerado o mal do século, a obesidade afeta aproximadamente 13% dos adultos brasileiros, segundo dados do Ministério da Saúde. "Historicamente, observamos uma mudança no padrão de peso corpóreo do brasileiro muito acentuado e rápido. Diagnosticar este excesso de peso é importante para prevenir doenças crônicas, tais como as cardiovasculares", afirma a coordenadora geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta. O problema fez com que a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) lançasse uma campanha nacional de prevenção, com o objetivo de orientar a população sobre a relação entre o aumento da circunferência abdominal e o risco cardiometabólico. Segundo a entidade, doenças como o infarto e o derrame cerebral se tornarão as principais causas de mortes no mundo em 2010. A obesidade abdominal, o colesterol ruim (LDL), os altos índices de triglicérides, a glicemia elevada, a pressão arterial alta, o sedentarismo e o fumo são fatores de risco cardiometabólico. Segundo o médico Luiz Antônio Machado, quem possui pelo menos dois desses fatores tem a chamada síndrome metabólica, uma doença que está associada ao estilo de vida moderno e que pode levar ao desenvolvimento das doenças cardiovasculares. "Para a prevenção é necessário fazer atividades físicas, comer mais frutas e legumes - em vez de comidas gordurosas, ao estilo fast food - e cultivar bons hábitos. Porém, sabemos que isto é tudo o que uma pessoa não costuma fazer, principalmente nos grandes centros", afirma. Atualmente, alguns especialistas já consideram a obesidade abdominal um indicador de risco cardiovascular ainda mais preciso do que o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), que é comumente usado. Assim, saber o tamanho da barriga serve como alerta e ajuda na prevenção. Medição Para medir a circunferência abdominal, é simples: tire a camisa e afrouxe o cinto. Posicione a fita métrica entre a borda inferior das costelas e a borda superior do osso do quadril, relaxe o abdome e expire no momento de medir. Registre a medida e descubra qual é o seu risco. Um homem com circunferência abdominal maior do que 90 centímetros possui mais riscos de sofrer infarto do miocárdio do que aqueles que estão abaixo dessa medida. Para as mulheres, o ideal é que a medida fique abaixo dos 80 centímetros. Se você se enquadra no perfil, é melhor procurar logo um médico para que o tamanho da sua barriga não atrapalhe as batidas de seu coração. Redação Terra
 
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