Jornal Oeste

JORNAL EXPRESSÃO Equipamentos considerados de última geração, usados para vários procedimentos cirúrgicos estão desativados e outros ainda na caixa, encontram-se deteriorando no Hospital Regional de Cáceres, por falta de peças de reposição ou profissionais habilitados, enquanto que centenas de pacientes padecem nas filas ou são transferidos para atendimentos em Cuiabá ou até fora do Estado. O problema se arrasta há muito tempo. Deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, criada pela Assembléia Legislativa, no ano passado, assim como representantes do Ministério Público têm conhecimento da situação, mas pouco ou quase nada foi feito porque até agora o problema persiste. A direção do hospital admite alguns casos. Porém, alega diversos fatores. O principal seria a dificuldade para contratação de profissionais especializados. Entre os equipamentos que foram adquiridos e sequer retirados das caixas estão o Colonoscopia, aparelho usado para exames de problemas intestinais e o Hoper utilizado para diagnosticar arritmia cardíaca e questões coronárias. Fora o Colonoscopia e o Hoper que estão “encaixotados” e os demais que estão desativados, há ainda informação de que um aparelho de Artroscopia, usado para cirurgia de joelho, teria sido “emprestado” por tempo indeterminado para Santa Casa de Cuiabá e nunca foi devolvido. Dos dois aparelhos de endoscopia existentes apenas um está funcionando. O outro está parado por falta de peças de reposição. Na mesma situação estariam ainda o eletroencefalograma, para diagnóstico de problemas de cabeça, o aparelho de hemodiálise, usado no tratamento das funções renais e o Doper, utilizado para tratamento de varizes e questão vasculares. A direção do hospital admite a maioria dos casos. Porém, aponta vários fatores como justificativa. “O Doper realmente está desativado. Mas já estamos providenciando a recuperação. Está em fase de conclusão o processo licitatório para aquisição das peças que faltam” afirma Erasmo Cabreira, gerente de Apoio Logístico. O diretor assegura que foram realizados dois processos seletivos para contratação de profissionais habilitados para operar o aparelho de Colonoscopia, porém, segundo ele, ninguém se escreveu para a função. Erasmo esclarece que dos dois aparelhos de endoscopia apenas um está funcionando porque falta médico para operar o outro. Cabreira não confirma, mas também não desmente o caso do “empréstimo” do aparelho de artroscopia para Santa Casa de Cuiabá. “Estou aqui há oito meses e não tenho conhecimento disso”. Ele também diz que não tem conhecimento sobre a desativação do aparelho de eletroencefalograma. Porém, enfatiza que a maioria dos problemas está relacionada à falta de profissionais especializados. “Os maiores problemas estão relacionados à falta de profissionais. Os médicos recusam vir para Cáceres ganhar R$ 7 mil enquanto que em Cuiabá recebem 20 mil”.