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31/08/2010 - 00:00

VG estuda suspender aulas

Por Jornal Oeste

Caroline Rodrigues Da Redação As atividades físicas foram suspensas nas escolas municipais de Várzea Grande devido a baixa umidade do ar, que é menor de 20%, e a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec) já trabalha com a hipótese de reduzir a carga horária e até mesmo paralisar as aulas, caso a situação piore. Nas escolas, muitos alunos apresentaram sintomas de doenças respiratórias e os professores tentam minimizar os problemas colocando bacias com água e toalhas molhadas nas salas. A assessora técnica pedagógica, Ádila Andrade, conta que nas escolas da área rural as condições de trabalho são críticas. As queimadas são constantes e as crianças ficam mais expostas. O municípios atende cerca de 23 mil alunos entre 5 e 14 anos. Eles estão matriculados em 71 unidades, das quais 7 estão na zona rural. Dentro do perímetro urbano, os diretores usam estratégias para melhorar a qualidade do ambiente sem prejudicar o calendário letivo. A Escola Municipal Governador Jaime Veríssimo de Campos interrompeu as aulas de educação física e os servidores lavam o pátio 2 vezes por turno. O horário do recreio também foi reduzido e as educadores disponibilizam jogos de tabuleiro para a recreação. Os alunos ficam envolvidos com os brinquedos e deixam de correr e fazer brincadeiras com esforço físico. O aluno da 3º série, Vinícius Eduardo Doroch, 9, conta que costuma ficar cansado. Ele diz sentir fadiga antes de sair de casa. O menino reclama que as queimadas incomodam muito e sujam com fagulhas a cidade inteira. "Acho que as pessoas que colocam fogo no mato e lixo não têm juízo". Saúde - A diretora Sandra Virgínia Santana relata que as crianças costumam ficar com o nariz sangrando e reclamam de dor de cabeça. Alguns já chegam na escola com os olhos vermelhos e febre. O pais levam os filhos mesmo doentes porque precisam trabalhar e muitas vezes não há ninguém para ficar com eles em casa. A proibição do uso da quadra trouxe polêmica entre as crianças, porque elas gostam muito da atividade. Os professores precisaram fazer um trabalho de conscientização e explicar os motivos durante a aula. Os profissionais mandaram aviso aos pais, alertando sobre a situação e pediram para eles mandarem garrafas de água junto com os filhos. O recipiente fica ao lado dos estudantes para tomar água a qualquer momento. As salas da escola possuem ar condicionado, o que favorece o ensino. As crianças chegam no ambiente e ficam alguns minutos com a cabeça deitada nas carteiras para relaxar. Os educadores colocam som ambiente para ajudar. Alimentação - A escola fez mudanças no cardápio para fornecer uma merenda mais leve. Agora, quase todos os dias, há frutas, principalmente melancias, que ajudam a repor o líquido. Mesmo os alimentos sendo idênticos aos das outras instituições, as merendeiras procuram diversificar e evitar o uso de óleo e gorduras. A professora Joana Silva relata que os profissionais estão, na maioria, com garganta inflamada e dificuldades para respirar. Um dos motivos é o giz, que solta um pó durante o uso e acaba agravando a saúde. Mesmo em situação debilitada, eles precisam socorrer as crianças. "Carro de professor vira ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) nos dias críticos". Desfile - A Prefeitura de Várzea Grande cancelou o desfile de 7 de Setembro devido a baixa umidade do ar. Na semana passada, a celebração foi cancelada em Sorriso (420 km ao norte de Cuiabá) pelo mesmo motivo. A umidade do ar está abaixo de 20%, já considerada situação de alerta. A Defesa Civil divulgou um boletim no final de semana, dizendo para as pessoas ficarem atentas e evitarem exposição ao sol nos horários críticos entre 10h e 16h. As escolas da Capital tiveram o horário de aula reduzido. As aulas serão entre 7h e 10h, no período matutino, e entre 14h e 17h, no vespertino. Seduc - A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informou, por meio da assessoria de imprensa, que as escolas receberam orientações para continuar as aulas e reduzir os efeitos da baixa umidade. O órgão argumenta que caso haja a necessidade de interromper ou reduzir o horário de aula, cabe à instituição decidir e fazer um cronograma para reposição do horário perdido.
 
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