27/08/2010 - 00:00
Bombeiros aponta os bairros DNER e Jardim Imperial como os mais violentos de Cáceres
Por Jornal Oeste
JORNAL EXPRESSÃO
Os bairros do DNER e Jardim Imperial são apontados como os mais violentos de Cáceres.
Um estudo realizado pela companhia do Corpo de Bombeiros, entre 2005 e 2009, constatou-se que o maior número de ocorrências por arma de fogo – revólveres, pistolas e espingardas – ocorreram nos respectivos bairros.
Foram 12 vítimas no DNER contra 11 no Jardim Imperial.
No que se refere à arma branca – facas, facões, canivetes e navalhas – o centro da cidade se destaca com 25 ocorrências.
Ainda assim, 16 casos foram registrados no Jardim Imperial.
A maioria das vítimas, conforme o estudo é do sexo masculino.
Ao todo, em cinco anos, foram registradas 103 ocorrências por arma de fogo e 158 casos por arma branca.
A estatística não revela o número de mortes, tendo em vista que, em muitos casos as vítimas vão a óbito após os registros das ocorrências.
A pesquisa coordenada pelo sargento Robson Menezes, tem como objetivo identificar o perfil das vítimas de agressão por armas branca e de fogo, bem como os horários de maior incidência, os dias da semana, faixa etária dos envolvidos e os bairros de maior índice de violência.
Os dados foram coletados do Sistema Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE), através da Companhia de Bombeiros Militar, em Cáceres.
O estudo revela que as ocorrências por arma branca ocorrem, geralmente, nos finais de semana, entre 16h e 0h59 e por arma de fogo entre 16h e 20h59.
Aponta as pessoas na faixa etária entre 20 e 29 anos, como do grupo de maior risco tanto para ferimentos por arma de fogo quanto por arma branca.
De acordo com a pesquisa, o ano de 2008 foi o mais violento, no que se refere a vítimas por arma de fogo.
Foram registradas 30 ocorrências, das quais 26 vitimou pessoas do sexo masculino contra 4 do sexo feminino.
O ano de 2009 já se destacou no número de ocorrências por arma branca.
Foram 42 casos, sendo 33 do sexo masculino contra 9 do sexo feminino.
O estudo observa que, nos dois casos, o maior número de vítimas são homens.
Aponta como causa principal, a facilidade de aquisição da arma, principalmente, facas, e menor controle quanto a fiscalização legal e porte.
“O fato é justificado pelo baixo poder aquisitivo dos envolvidos e relacionado à aquisição de arma frequentemente utilizada, cujo custo é menor que em relação a arma de fogo” enfatiza o coordenador.
O estudo afirma que o maior número de ocorrências por arma branca ocorre no perímetro central da cidade devido a maior aglomeração de pessoas, atraídas por festas e bares existentes na praça, exaltando o ânimo pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas ocasionando desentendimentos.
Salienta que o maior número de vítimas se verifica nos bairros DNER e Jardim Imperial por serem bairros violentos, onde a maioria dos moradores é de baixa renda e são dominados, geralmente, por gangues e pelo tráfico de drogas.
A pesquisa justifica que as ocorrências tanto por arma branca quanto por arma de fogo ocorrem entre 16h e 00h59 e 16h e 20h59, respectivamente, devido ao menor policiamento, pois nesses horários há um menor número de pessoas transitando na rua e também aos finais de festas onde as pessoas já consumiram grande quantidade de bebidas alcoólicas.
O estudo conclui que, face aos resultados, altamente preocupantes, sugere-se a implementação de estratégicas educativas, articulando escolas e comunidade com objetivo de combater a violência, principalmente, entre crianças e adolescentes.