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27/08/2010 - 00:00

Audiência para acabar com greve termina em festival de denuncias

Por Jornal Oeste

JORNAL EXPRESSÃO O impasse entre a prefeitura e os servidores da educação, em greve há duas semanas, não dá sinal de solução. A administração não apresentou nenhuma nova proposta e a audiência pública realizada na manhã de terça-feira, na Câmara Municipal, transformou-se num verdadeiro festival de denúncias. Em protesto pelo não pagamento da diferença salarial retroativo de janeiro a julho, os grevistas asseguram que “falta vontade” para resolver o problema e acusam a administração de aplicar de forma incorreta os recursos da Educação. Um professor chegou a afirmar que o dinheiro da pasta é usado até mesmo para pagamento de energia elétrica de horta comunitária. Na abertura dos trabalhos o secretário de Educação Josué Alcântara, usou 23 minutos para elencar os avanços da categoria durante os últimos meses. Destacou a implantação do piso salarial da categoria; a redução da carga horária de 40 para 30 horas semanais e, principalmente, o aumento salarial para os professores nível magistério de R$ 785.24 para 927.75 e nível superior de R$ 1.117, 86 para R$ 1.391,93, além do atendimento, segundo ele, de várias outras reivindicações apresentadas pela categoria. Porém, os argumentos não convenceram os manifestantes. Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SSPM) Vivaldo Gonçalves, disse que a administração “corta” apenas benefícios dos servidores humildes que lutam para sobreviver com pequenos salários. "A problemática só está na Educação. Os cortes são apenas para os pequenos servidores. Para os médicos que tiveram redução salarial com a suspensão do contrato com o Creatio, deram o tradicional jeitinho brasileiro e já estão ganhando quase 20 mil. Para os professores, não existe recursos para implantar o piso e não conseguem sequer pagar a diferença salarial retroativo” acusou assinalando que “na verdade falta vontade de resolver o problema”. O servidor Paulo dos Santos, acusou a administração de aplicar os recursos da Educação de forma incorreta. Disse que o dinheiro da pasta geralmente é usado para pagamento de energia elétrica de campo de futebol, PSFs, escola estadual e até horta comunitária. “Os recursos da educação são usados de forma incorreta para pagamento de energia elétrica de ginásio de esportes, PSFs, escola da rede estadual e até horta comunitária” disse. Os servidores Luiz da Guia Cintra de Alcântara e Rubens de Lacerda chegaram a sugerir a intervenção federal no município. “Se a administração não consegue resolver temos que recorrer ao Ministério Público; expor a situação ao Tribunal de Contas do Estado e até mesmo solicitar um intervenção federal no município” disse Da Guia. “Estamos cumprindo a nossa parte. Se a administração não consegue a dele temos que socorrer ao governo federal e requisitar uma intervenção no município” afirmou Lacerda criticando a ausência do prefeito na audiência: “mesmo sendo informado sobre a audiência há vários dias o prefeito não compareceu. Mas sabem por quê. Porque ele não tem filho na escola pública”. Ao usar a palavra o secretário de Administração Aroldo Fanaia, passou mal e foi socorrido às pressas para o Pronto Atendimento Médico. O secretário Josué Alcântara, disse que os problemas são muitos e não podem ser resolvidos como “num passe de mágica”. No período da tarde uma equipe do SSPM voltou a se reunir com o secretário e estudaram novos números que seriam apresentados na tarde de ontem em uma Assembleia geral da categoria.
 
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