Notícias / Economia

15/08/2010 - 00:00

Criadores cacerenses negam falta de bovinos

Por Jornal Oeste

Laís Costa Marques A Gazeta Os produtores rurais da região de Cáceres negam a falta de animais para o abate, conforme foi anunciado pela imprensa nacional devido às férias coletivas concedidas pelo JBS/Friboi na unidade da cidade. De acordo com a Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), o maior rebanho está localizado justamente em Cáceres e no entorno, o que não justificaria a interrupção das atividades. O presidente do Sindicato Rural de Cáceres, João Oliveira Gouveia Neto, diz que o frigorífico ainda não anunciou formalmente a paralisação aos pecuaristas e que a empresa continua comprando, apesar de não haver abates na cidade, para abastecer outras plantas. O JBS não se pronunciou sobre o assunto, nem respondeu às ligações da equipe de reportagem de A Gazeta. O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, afirma que o Estado passa por restrição de oferta, mas que não falta boi. "Ações como essas são uma estratégia das empresas, elas paralisam para não pagar o que o produtor quer". O presidente do Sindifrigo, Luiz Freitas, diz que há tempos eles anunciam a escassez de animal pronto para abate. De acordo com Freitas, o atual rebanho não preenche 60% da capacidade de abate e que o fechamento de unidades abatedouras é em virtude disso. "Não temos boi suficiente para a capacidade e é por isso que empresas estão fechando. Os custos de um frigorífico são muito altos e inviabiliza trabalhar por muito tempo aquém do que é possível". Freitas anunciou a paralisação as atividades de seu frigorífico, o Pantanal, em julho deste ano. Segundo Gouveia Neto, Cáceres tem um rebanho de 9 mil cabeças e o abate é feito quando o bovino tem entre 2,5 e 3 anos de idade. Ao todo, são 2,2 mil propriedades para abastecer, além do JBS, outras duas plantas menores de abatedouro que podem abater até 60 cabeças dia. O JBS/Friboi abate nesta planta entre 600 e 700 animais por dia. Análise - A restrição na oferta de bovinos, que está levando frigoríficos a reduzir suas atividades, deve se estender mais que o esperado, segundo analistas desse mercado. A expectativa inicial era a de que a número de animais aumentasse a partir do primeiro semestre de 2011. Mas o mercado favorável à retenção de fêmeas no pasto deve atrasar esse cenário. "Minha expectativa era que o ciclo virasse em 2011, mas isso deve demorar mais que o esperado. O ano que vem ainda deverá ser um ano de retenção e oferta restrita", afirmou Alexandre Mendonça de Barros, sócio-diretor da MB Agro, durante evento promovido pela Scot Consultoria e Dow AgroSciences, em São Paulo. (Com Agência Estado)
 
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