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10/08/2010 - 00:00
Saúde já admite surto de malária no Nortão
Por Jornal Oeste
Caroline Lanhi
Da Redação
Com quase 170% de aumento nos casos de malária em 7 meses, Sinop (500 Km ao norte de Cuiabá) se prepara para uma rigorosa ação de identificação e contenção à doença. De janeiro a julho deste ano a Secretaria de Estado de Saúde (SES) registrou 81 casos, sendo que 50% deles foram notificados somente no mês de julho. Até o dia 5 deste mês a secretaria contabilizou mais 3 pessoas infectadas pelo protozoário da malária.
Outra preocupação é o município de Lucas do Rio Verde (354 Km ao norte da Capital) que desde o início do ano registrou 115 casos. Mesmo com 3 óbitos, a situação do município é vista como controlada pela SES. Em ambas as cidades, o motivo principal pelo aumento da doença é a grande migração de pessoas.
O vetor da malária, o mosquito Anopheles, está presente em todo o Estado, principalmente nas áreas úmidas e de mata, mas primeiro precisa picar alguém infectado para, então, transmitir a doença. Assim, a hipótese da secretaria estadual de saúde é que alguns índios do município, que transitam muito entre diversas regiões, apareceram doentes em Sinop e iniciaram o ciclo, "já que na região central da cidade há um parque florestal, onde as pessoas costumam fazer caminhadas e onde existem mosquitos vetores da doença", lembra a técnica do programa de contenção da malária, Elaine Cristina de Oliveira.
Dos casos detectados em Sinop, apenas 4 são da espécie falciparum, o tipo mais severo encontrado no Brasil e os demais são da espécie vivax, mais branda.
A técnica admite que o Estado levou um susto muito grande, principalmente em relação a Sinop, e por isso ações emergenciais foram intensificadas no município. A primeira delas é um levantamento sobre os prováveis locais de infecção, seguido de busca ativa entre os moradores. Serão feitos ainda capacitações, levantamento sobre o comportamento dos mosquitos para o controle químico, bem como o tratamento dos casos detectados. Em Lucas do Rio Verde essas ações foram intensificadas ainda em janeiro, quando apareceu o primeiro caso de malária.