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06/08/2010 - 00:00

Servidores do IFMT/Campus Cáceres participam de curso sobre inclusão de pessoas com deficiência

Por Jornal Oeste

Maria Edna Pedro Assessoria Despertar para a inclusão das pessoas com deficiência e quebrar barreiras atitudinais diante do diferente na prática educacional e no cotidiano da sociedade foram elementos de reflexões dos servidores do IFMT, Campus Cáceres, durante o curso de formação sobre inclusão de pessoas com deficiência, realizado esta semana na instituição. O curso desenvolvido em parceria com Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Senar, por meio do Programa Apoena, foi ministrado pela psicóloga Waldilene Carvalho. “A instituição inclusiva elimina as barreiras físicas, de comunicação e atitudinais para que a pessoa com deficiência se desenvolva como qualquer outra pessoa. Neste modelo, a instituição precisa se adaptar para atender as diferenças”, explica Waldilene.A atividade integra o plano de ações do Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais do IFMT/Campus Cáceres, o NAPNE. Segundo a coordenadora do Núcleo, Herika Renally, o propósito é ampliar a oferta da formação para outros servidores, inclusive dos demais campi da instituição, devido à grande demanda apresentada. Durante o curso, os servidores realizaram oficinas de vivências e sensibilização, dinâmicas de grupo e troca de experiências, além de trabalharem contextos históricos dos modelos de educação, da legislação vigente, e das conquistas e desafios que permeiam o respeito aos direitos e à cidadania das pessoas com deficiência.“O objetivo é despertar em cada um da instituição a existência dessa realidade, do diferente, das pessoas com necessidades educacionais especiais, para pensar e agir na perspectiva da inclusão dessas pessoas”, afirma Herika.Elementos como potencialidade, autonomia, empoderamento, capacidade e respeito foram eixos destacados no processo de inclusão das pessoas com deficiência.“Este espaço foi muito válido para a reflexão sobre nossa atitude, sobre as nossas limitações. Na educação, cada aluno tem uma forma de aprender, então, temos que repensar nossas práticas. È uma provocação e nós precisamos estar abertos a isso”, avalia uma das participantes do curso, a professora de Biologia, Rhavena Liotti. Sentidos Vivenciar situações de limitação de sentidos mobilizou os participantes, em oficinas de sensibilização.“Foi uma prática que nos leva a uma pequena percepção do que é a realidade de uma pessoa com deficiência no que, para nós, sempre consideramos vital: falar, ouvir, ver e tocar com as mãos. avalia o servidor do campus, Wagner Teixeira. Técnico em Agropecuária e mestre em agricultura tropical, Wagner atua em projetos de extensão envolvendo alunos de escolas rurais. “A atividade nos desperta para o potencial dessas pessoas que continuam insistindo, e para a necessidade de estímulo num mundo tão deficiente de compreensão, de sensibilidade para o diferente”, completa Wagner. “Lidar com a possibilidade da deficiência visual foi o maior desafio na oficina. Isso dentro da minha perspectiva de quem enxerga. Senti que superar a dependência seria muito difícil. Precisaria de muitos estímulos”, conta o professor de Física, Alesandro Ferreira.Ferreira avalia os desafios da educação em promover uma prática inclusiva, em particular no ensino de disciplinas como a que ele ministra. “Na educação formal, na minha área de atuação, ainda temos dificuldade de saber como lidar com essa realidade para inclusão no processo de aprendizagem. Já como pessoa, no dia-a-dia, essa forma de relacionamento está mais clara. O curso foi o primeiro passo”. afirma. Vivência Vencer preconceitos, dar oportunidade, estimular o desenvolvimento, acreditar na capacidade das pessoas. Atitudes e enfrentamentos que fizeram a diferença no ambiente familiar da técnica administrativa, Mariza Queiróz.“Meu filho quando criança passou por uma parada de oxigenação no cérebro e perdeu a fala e teve a paralisação dos membros do lado esquerdo. Com o estímulo, força de vontade, atendimento adequado, afeto e atenção da família ele tem uma vida normal. O contato com animais ajudou muito. Com 4 anos ele andou a cavalo sozinho.”, conta.Para Mariza, sua experiência comprova que as ações das pessoas frente ao diferente pode ser decisiva para o desenvolvimento e a possibilidade de qualidade de vida da pessoa com deficiência. “Muitas mães tinham vergonha dos filhos por que afogava com a comida, babavam e tinham um comportamento diferente, então escondiam as crianças. Nunca deixei de levar meu filho a um aniversário e em outros espaços coletivos. Vi crianças atrofiando por que ficavam escondidas, impedidas de se desenvolver, e isso é triste”, conta“A mensagem que tirei da vida foi de muito amor, paciência e carinho, e de que as pessoas são capazes. Elas conseguem, precisam apenas de oportunidade.”, afirma.
 
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