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29/07/2010 - 00:00

Baia em frente ao cais da Praça Barão do Rio Branco está desaparecendo

Por Jornal Oeste

JORNAL ESPRESSÃO A baia de Cáceres, no rio Paraguai, ponto de concentração e largada das embarcações, durante os Festivais Internacionais de Pesca de Cáceres, pode desaparecer do mapa geográfico do município. A ilha dos Castrillon avança de forma acelerada, para outra margem, em direção a Praça Barão do Rio Branco, no centro da cidade. O avanço é constatado, principalmente, no período em que o rio está com pouco volume de água. Não existe um cálculo oficial sobre o caso. Moradores acreditam, no entanto, que a cada ano, o canal perde cerca de dois metros para a ilha. O fenômeno é atribuído á vários fatores, entre eles a obstrução da Baia Comprida, localizada cerca de mil e quinhentos metros acima do local. “A areia carreada para o leito do rio é resultado de anos de obstrução do canal da Baia Comprida, localizada acima do local. O acúmulo dessa sedimentação faz com que a ilha cresça e avance, gradativamente, em direção a cidade, automaticamente, consumindo com o canal” afirma o estudioso em assuntos ambientais engenheiro Adilson Reis, explicando que “com a diminuição da largura da Baia Comprida, provocada pela sedimentação, o volume de água é reduzido, porém, escoa com mais força e velocidade, levando grande quantidade de areia para o leito aumentado, anualmente, o tamanho da ilha” assinala. Outro fator que pode estar contribuindo para avanço da ilha em direção a cidade, segundo Reis, seria o amplo material represado pelo Córrego do Sangradouro que, em período da cheia são “empurrados” para o leito do rio e se acumula nas imediações da ilha. “Não podemos desprezar a hipótese de que o material em suspensão represado pelo Córrego do Sangradouro é empurrado para o leito do rio no período da cheia, causando acúmulo e aumento no tamanho na ilha” sustenta o engenheiro. “A ilha avança rapidamente para o lado da cidade. Acreditamos que, em menos de 10 anos, a baia do Rio Paraguai irá desaparecer. Há 20 anos, o rio era de quase 200 metros de largura, hoje, no tempo da seca, não passa de 30 metros” testemunha Jorge Ribeiro da Silva, morador próximo ao rio. O possível desaparecimento da baia e conseqüentemente o avanço da ilha em direção a cidade, será um dos temas de discussão do 3º Simpósio de Geotecnologia do Pantanal que será realizado, em Cáceres, no dia 16 de outubro. Com a participação de especialistas no assunto, a idéia será encontrar alternativas para tentar eliminar o problema. “Somos conscientes de que além da dinâmica das águas existem intervenções humanas, em toda bacia. Queremos, com a participação de cientistas do assunto, encontrar solução para o problema” enfatiza Reis lembrando que outro fator que será discutido no simpósio será o avanço do rio Paraguai em direção a rodovia, no trecho entre Cáceres e a localidade do Caramujo. “Outro assunto de grande relevância será o assoreamento do rio, em direção a rodovia. Estudos apontam o avanço de cerca de 2 metros por ano e que se nada for feito, em menos de 8 anos o rio alcança a rodovia, provocando danos irreparáveis na região”.
 
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