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22/07/2010 - 00:00

Friboi cancelam temporariamente negócios com 7 propriedades

Por Jornal Oeste

Laís Costa Marques Da Redação Dois grupos frigoríficos atuantes em Mato Grosso anunciaram a suspensão temporária da compra de bovinos de propriedades que possuem irregularidades ambientais. Ao todo, 201 propriedades foram excluídas do cadastro do JBS/Friboi e do Marfrig, e deste total 7 foram confirmadas no Estado. Elas fazendas tiveram a relação comercial com o Marfrig cancelada por estarem a menos de 1 quilometro de áreas de desmatamento irregular. Todas as unidades pertencem à região de Tangará da Serra e Paranatinga. O JBS/Friboi confirma a extinção de 31 propriedades da lista de fornecedores, mas não informa quantas estão no Estado. Além de Mato Grosso, Acre, Pará e Rondônia também tiveram propriedades analisadas por monitoramento via satélite pelas duas empresas. O superintendente de Sustentabilidade do Marfrig, Ocimar Villela, explica que as 170 propriedades suspensas, sendo 7 mato-grossenses não estão por definitivo extintas do rol de vendedores. Segundo Villela, a partir de agora, representantes do Marfrig vão percorrer as propriedades junto com entidades responsáveis pelo monitoramento e controle ambiental dos Estado para checar as irregularidades. "Fizemos uma análise a partir de mapas, cruzando os dados das propriedades com os de áreas de desmatamento, de Unidade de Conservação e Terras Indígenas. Agora temos que nos certificar se há ou não irregularidades". Ocimar Villela diz que os proprietários serão informados da suspensão e que, se autorizado pelos mesmos, as fazendas serão vistoriadas. O superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, alerta para o perigo de que empresas se tornem polícia e juiz e condenem produtores inocentes. "Se eles suspenderem a relação com proprietários julgados e condenados em última instância, tudo bem. Mas caso contrário, corre-se o risco de julgar sem ter provas das irregularidades". Representantes dos Sindicatos Rurais de Tangará da Serra e de Paranatinga informaram que até o momento não foram notificados nem informados sobre as suspensões. Villela confirma que a atitude do frigorífico foi em decorrência de pressões comerciais, principalmente estrangeira e de entidades que defendem a preservação ambiental. "Não fizemos isso em decorrência do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que assinamos com o Ministério Público Federal de Mato Grosso, até porque o TAC se refere ao Cadastro Rural (CAR). Fizemos isso para não sermos enquadrados em listas de empresas ambientalmente incorretas". O TAC foi assinado pelos frigoríficos Independência, JBS e Marfrig como forma de comprometimento em não comercializar com propriedades que não tivessem o CAR a partir de 13 de novembro de 2010, antigo prazo para a adesão do Programa de Regularização Ambiental Rural (MT Legal). Com a prorrogação do prazo, Ocimar diz que ainda não sabe se o TAC será adiado. "O Ministério Público fez o TAC justamente antevendo a prorrogação das datas, que acontece sempre que se muda de governo. Mas neste caso, em virtude do novo Código Florestal, talvez fosse coerente prorrogar o prazo". Ocimar Villela diz que em breve fará uma visita ao Estado para checar as informações sobre prorrogações, mas ressalta que o Estado está bem no cenário, já que tem um pequeno número de propriedades irregulares.
 
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