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13/07/2010 - 00:00

Vereadores querem criar imposto para dar salário a líderes comunitários

Por Jornal Oeste

MEGADEBATE Seria trágico, e nem um pouco cômico, a tentativa de se criar na Câmara de Cuiabá, uma Lei que institui salário para líderes comunitários. A matéria é um epíteto de falta do que fazer, na já tão desvirtuosa Casa de Leis municipal, que foi destaque nacional durante todo o ano de 2009, quando se tornou - pela produção de seguidos escândalos - o antro da legislatura mais avacalhada que se tem na história da capital matogrossense. Em que pese a existência de vereadores dispostos a levantar a bandeira de questões mais importantes para a população, como um atendimento digno no sistema de saúde, ou a qualidade de trasnporte coletivo, há aqueles que preferem fazer média com líderes comunitários, de olho, claro, sempre na próxima eleição. Um dos que não perdem oportunidade para aparecer, mesmo que de maneira pulsilânime, é o tucano Antônio Fernandes, vereador de primeiro mandato, propositor da tal lei que, como outras em seu currículo, corrobora para que a sociedade alimente a idéia de que os vereadores não fazem nenhuma falta à cidade, quando muito, só estão alimentando a pseudo-sensação de poder, angariando altos salários, agradando cabos-eleitorais e endividando a já combalida máquina pública. Nesta última tacada, agora, querem escoar mais um pouco de dinheiro público para os apaniguados políticos. Na outra ponta da discussão, estão aqueles que acreditam nos verdadeiros líderes comunitários, que nunca precisaram de remuneração para atender com altruísmo a comunidade que servem. Se hoje, a disputa pelas presidências dos bairros já é autofágica no meio do movimento comunitário, e inclui em seu histórico o aparelhamento político-partidário em todas as suas eleições, a promessa de um salário para os eventuais escolhidos jamais geraria dignidade e/ou independência, e sim aversão por parte da própria comunidade. Não são todos. Há honrosas exceções no seio do movimento comunitário que dignificam a acepção da palavra líder e certamente estes não aplaudirão esta proposta que, em princípio, quer tirar dinheiro do contribuinte, para colocar no bolso dos futuros cabos-eleitorais. O posicionamento do vereador Antônio Fernandes chega a ser uma heresia de tão extremo mau-gosto, demagogia e oportunismo barato. Todos os adjetivos são necessários para caracterizar esta matéria que, em princípio, não passa nem na Câmara de Constituição e Justiça (CCJ), uma vez que o Legislativo não pode formular matéria que gere despesa ao executivo. Como se não bastasse, a tal Lei prevê que o futuro salário dos líderes comunitários sejam criados através de mais um imposto, dos tantos que você já paga! Outro lado O vereador Antônio Fernandes alega que o movimento comunitário precisa de independência política para reivindicar dos órgãos políticos melhorias básicas para a população. Fernandes entende que a instituição do Fundo será de fundamental importância para o desenvolvimento do Movimento Comunitário dando vida própria tornando-o independente. “O fato de criar mais um pequeno valor para a sociedade custear. Algo entre quarenta e seis centavos para o pequeno consumidor residencial e dois reais e quarenta e seis centavos para o grande consumidor residencial não afetará o bolso do contribuinte”, disse.
 
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