Jornal Oeste

Luiz Esmael Da Redação Considerado líder dos clubes profissionais de Mato Grosso, o presidente do Luverdense, Helmute Lawisch, é o mais novo dirigente a encampar a luta para a criação de uma associação que represente os interesses das equipes que disputam o Campeonato Mato-grossense da Primeira Divisão. Na semana passada, durante reunião entre os dirigentes e o secretário Estadual de Esportes e Lazer (Seel), Laércio de Arruda, ele retomou uma antiga discussão em torno da fundação de uma entidade em que clubes possam declarar "independência" da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) sob comando de Carlos Orione. Só nesta década, outros dirigentes de times tentaram criar a Associação dos Clubes Profissionais de Mato Grosso, porém, não obterem sucesso e a ideia morreu. Ao afirmar que o momento é diferente de outras ocasiões, quando houve articulação para tirar o poder político do presidente da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), Carlos Orione, Lawisch aposta que sua proposta tem tudo para vingar. "A nossa proposta não é meter bola nas costas de ninguém (Orione). Essa discussão tem que ser aberta, inclusive com a presença do nosso presidente. O que vejo é a falta de articulação dos clubes de Mato Grosso, precisamos nos unir e ter representatividade junto a sociedade mato-grossense", frisou. O primeiro movimento à criação da associação ocorreu no início da década com o ex-presidente do Juventude, de Primavera do Leste, Aílton Nogueira. Se aproveitando de bom momento vivido pelo clube, que havia conquistado os Estaduais de 2001 e 2002 e razoável participação na Copa do Brasil vencendo Fluminense, no Verdão, Nogueira chegou a reunir na sede do Dom Bosco vários clubes que, após declararem apoio à ideia, desistiram ante a força de Carlos Orione que, nos bastidores, desarticulou toda movimentação contrária. Em 2004, quando perdeu o título do Mato-grossense ao Cuiabá em pleno Luthero Lopes, o União liderou um movimento com os clubes da região Sul do Estado. Na época, conseguiu reunir times como o Vila Aurora, Grêmio de Jaciara, Juventude, de Primavera do Leste, Barra do Garças entre outros. O movimento não foi pra frente, já que o governador do Estado na época Blairo Maggi interviu, reconhecendo o poder de articulação política de Carlos Orione junto a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Presente na reunião em que o assunto foi "ressuscitado" por Hemulte Lawisch, o presidente da entidade Carlos Orione não fez nenhum impedimento, mas vê o momento desnecessário. "Acho muito prematuro levantar este assunto neste momento, pois hoje os clubes de Mato Grosso precisam ainda se organizarem melhor em suas estruturas", disse. Clubes querem ter "força" A proposta da Associação dos Clubes Profissionais de Mato Grosso visa dar mais legitimidade para os dirigentes debaterem e definirem o que melhor aos seus times. Segundo Helmute Lawisch, com um movimento organizado, os clubes terão mais voz e peso na hora de discutir o regulamento do Campeonato Mato-grossense com a FMF. Além do poder de discutir valor de patrocinío de cobertura dos jogos do Estadual como o celebrado com a TV Centro América neste ano. "Com a Associação em vigor, nós dirigentes estaremos em condições de celebrar convênios com o setor privado e com o poder público. A federação estaria livre dessa grande carga de nos representar junto ao governo do Estado", disse o presidente do Luverdense, ressaltando o acordo do repasse da verba dada pelo Estado aos clubes que disputam o Mato-grossense com a FMF desempenhando o papel de repassadora do dinheiro aos times. Apesar da "independência" da FMF, com a criação da associação, os clubes não poderiam, por outro lado, indicar o representante do Estado às competições nacionais realizadas pela CBF como, por exemplo, Copa do Brasil e Brasileiros das divisões inferiores. "Só a FMF é reconhecida pela CBF em indicar times aos torneios nacionais", afirma Orione.